A Família do Futuro (2007)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 16/10/2007

Nota 3

Os filmes de animação infantis têm caído na banalidade. Parece ter acabado a grande fase do gênero. Ficou tudo igual, repetitivo, sem inspiração. Escrever para crianças é complicado porque elas têm outros valores e certamente não me lerão. Os pais vão acabar vendo o filme da Disney com elas. Mas que fiquem preparados, que este é dos mais fracos que o lendário estúdio já produziu. Tanto que tentaram salvá-lo lançando-o nos EUA e em poucas salas aqui em Terceira Dimensão (ainda assim é longo demais para suportar os óculos, que continuam incômodos e dão até dor de cabeça).

Que fitinha mais boba, sem graça, sem originalidade. A princípio achei que lembrava algum livro de Charles Dickens, com órfãos que desejam ser adotados ou saber de quem são filhos. Mas aí inventam-se reviravoltas absurdas com filhos do futuro, misturando uma dezena de coisas esdrúxulas (até dinossauro tem!) num resultado indigesto. Na bilhetaria, não chegou a ser um desastre, aproximando-se dos US$ 80 milhões de renda. Mas não mantém o padrão do estúdio.

É sobre um garoto (Lewis) órfão e que se acha inventor. Acaba viajando numa máquina do tempo e indo parar num futuro (com cara de Jetsons) onde há um monte de gente (as revelações do filme são tão piegas, tão sentimentais, tudo arrumadinho, que é calar para não estragar o único prazer que a fita pode proporcionar). Tudo é fraquinho, os personagens, a trilha (senti falta de canções), até as lições de moral. A coisa menos ruim é o visual razoavelmente elaborado.