Dá para entender por que este filme foi ridicularizado nas sessões de imprensa: a direção é artificial, os diálogos repletos de lugares comuns, o roteiro construído em cima de coincidências e clichês, o humor está ausente. Também a direção de atores não ajuda (eles estão à beira do exagero e do ridículo). Nem ajudam as referências cinéfilas, que teriam mais lógica num outro país, não no cinema brasileiro.
Isso esconde os cuidados da realização, que tem uma direção de arte super cuidada, um tratamento de estrela de Guilhermina (estreando bem no cinema), um evidente empenho e cuidado. Ou seja, a elegância e charme da realização (parcialmente rodada em Buenos Aires) se perde diante do tom errado da direção. Inspirado em conto do uruguaio Horácio Quiroga, o filme marcou o retorno à direção de Paulo Sérgio (que criou o Filme B, indispensável guia de informações sobre o cinema brasileiro).