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Ficha completa do filme

Aventura

O Ultimato Bourne (2007)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 18/01/2008
Nota 4

É muito raro uma trilogia concluir com um capítulo de qualidade. Mesmo "Star Wars", "De Volta ao Futuro" e "O Poderoso Chefão", escorregaram na conclusão. Mas não a série Bourne, que tem um terceiro episódio com a mesma qualidade que os anteriores, se não melhor.

Finalmente se explicam as origens dos problemas do herói. O curioso é que quando se chega à revelação, ela já não interessa tanto. O que importa é a jornada, o suspense, como ele chegou lá.

O personagem Bourne foi criado por Robert Ludlum, contado no telefilme "A Identidade Bourne" (1988) com Richard Chamberlain (disponível em DVD) e depois refilmado em outro "A Identidade Bourne" (2002) e em sua seqüencia "A Supremacia Bourne" (2004).

O primeiro da trilogia foi rodado por Doug Liman, que criou problemas com o estúdio de tal forma que foi banido - e fez depois o também problemático "Sr e Sra Smith".

Para substituí-lo conseguiram o inglês Paul Greengrass, que aperfeiçoou o estilo de narrar tudo em câmera na mão, com ângulos inusitados, planos cambaleantes e com cara de telejornal, de tal maneira que tudo se parece com uma longa tomada sem cortes. O jeito realista do cineasta foi consagrado com uma indicação ao Oscar de direção este ano pelo filme "Vôo United 93" (que pouca gente viu, mas é excepcional).

Greengrass está traz aqui de volta sua maneira muito particular de narrar, de forma que cria sempre uma sensação de que você esta lá no meio da ação, dentre a multidão, ou em plena perseguição.

Basicamente o filme é estruturado por três perseguições, rodadas espetacularmente em locações sem a ajuda aparente de efeitos digitais (como sucedeu, por exemplo, em "Duro de Matar 4").

Mesmo assim, às vezes, é necessário aceitar a fantasia - Bourne escapa vivo e pouco machucado de alguns catastróficos desastres de automóveis. Primeiro, ainda em Moscou - onde está como no final do filme anterior - depois outra super elaborada cena em Tangier, no Marrocos (em que ele foge por vielas de moto, depois saltando pelos tetos da cidade) e finalmente outra em Nova York. Sem esquecer escalas menores em Madrid, Paris, Torino, Londres.

Desta vez, os vilões estão claramente definidos, nervosos na tentativa de encobrir erros do passado (um programa secreto de treinar agentes que, diante dos fatos atuais, parece mais fácil de acreditar que antigamente).

Mas Bourne também consegue aliados de filmes anteriores, como a chefe da agência Pamela Landy (a sempre ótima Joan Allen) e a jovem Nicky Parsons (Julia Stiles), que ficou parecida com a namorada morta no segundo filme, a alemã Marie (Frankie Potente). Ambas se envolvem na trama, arriscando suas vidas e carreiras.

Espero não ter revelado nenhum fato importante da historia. Mas como disse, importa menos a revelação que a forma como o herói chegou lá, sempre ajudado pela credibilidade sóbria de Matt Damon.

Nervoso, cheio de energia e tensão e, por que não dizer, suspense, este é um thriller de tirar o fôlego. Total Adrenalina.

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