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Ficha completa do filme

Comédia,Fantasia

Quando a Porca Torce o Rabo (2007)

Resenha por Sérgio Alpendre

Sérgio Alpendre

Da redação 21/01/2011
Nota 3
Quando a Porca Torce o Rabo

Houve um tempo em que o nome Jean-Jacques Annaud era capaz de impor respeito. Estávamos no final dos anos 1980, e de sua lavra já tinham saído filmes interessantes como ''Guerra do Fogo'', ''O Nome da Rosa'', ''Preto e Branco em Cores'' e o belo ''O Urso''.

Eram obras inusitadas, que tinham em comum o desejo pela suave experimentação, pelo desafio ao gosto vigente, ou mesmo pela dramaturgia clássica aplicada em ambientes estranhos, caso da aventura sem diálogos envolvendo o animal peludo.

Com a década de 1990 veio uma tentativa de falar para um público mais amplo. ''O Amante'', adaptação picante de um romance de Marguerite Duras, impressionou pelas cenas de sexo, e pelos boatos surgidos na pós-produção, que diziam que os atores principais, Tony Leung e Jane March, haviam chegado às vias de fato durante as filmagens.

O filme estourou, e sua carreira se tornou menos prolífica, e mais preguiçosa, com trabalhos desanimadores (assim também era "O Amante") como ''Sete Anos no Tibet'' e ''Círculo do Fogo''.

Em 2007, após anos de mediocridade, surge ''Quando a Porca Torce o Rabo'', que agora é lançado direto em DVD, sem passagem pelos cinemas brasileiros, a não ser em festivais.

Pior é que de todos os filmes que Annaud realizou depois de ''O Amante'', ''Quando a Porca Torce o Rabo'', apesar de deixar a desejar em diversos quesitos, é o que mais chances tinha de agradar a um público mais amplo. É cômico, às vezes vulgar, promove uma ideia interessante de uma época primitiva, e possui uma verve exótica que tende a agradar os frequentadores dos cinemas de arte.

A história se passa em uma ilha do Mar Egeu, muitos séculos antes de Cristo, onde vivem pessoas de costumes bizarros, que passam a adorar um rapaz que antes só se comunicava aos grunhidos e que namora uma enorme leitoa, mas é apaixonado pela bela Clytia.

Mais detalhes só vendo o filme, mas convém não esperar muito a não ser uma diversão ligeira, e a curiosidade de ver Vincent Cassel no elenco, interpretando um sátiro, uma espécie de semideus, metade homem, metade animal. Vale ressaltar também a beleza estonteante de Mélanie Bernier, presença que nos faz pensar que épocas primitivas também tinham seus encantos.

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