Drama,Guerra

Milagre em Sta. Anna (2008)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 08/07/2009

Nota 3

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É inacreditável que Spike Lee, com toda sua experiência, tenha feito um filme com quase três horas de duração. Razão básica de seu enorme fracasso nos EUA e também aqui. Até porque não chega a ser um épico e sua história enrolada não chega a um final satisfatório.

É baseado em um livro de James McBride, adaptado por ele mesmo. A história quer celebrar e tornar mais conhecida a participação dos negros (que faziam parte de um destacamento chamado Buffalo Soldiers) na Segunda Guerra Mundial, em particular na invasão da Itália. Começa em 1983, quando um funcionário dos correios, que estava vendo na TV "O Mais Longo dos Dias", com John Wayne, relembra que esteve na guerra e, logo depois, mata a tiros, e sem explicação, um sujeito que lhe pede selos.

Um policial (Turturro) e um repórter abelhudo (Levitt) tentam investigar e a historia vão para a Itália, onde tudo teria acontecido. Esse moço fazia parte do grupo que estava lutando na Toscana e que, por incompetência e descaso de um oficial, quase todo seu grupo acaba sendo massacrado pelos nazistas, que continuam a resistir nas montanhas. Para lá vão quatro soldados, incluindo um deles, grandão e meio bobo, que irá proteger um menino em perigo. Eles se envolvem com a vida dos camponeses para tudo acabar tragicamente, mais ou menos como no clássico dos Irmãos Taviani, "A Noite de São Lourenço". Que era mais conciso e tocante, mesmo poético.

Spike Lee bem que tenta, mas há personagens demais, a história vai e vem, se perde em meandros e quando chega o clímax o público já esta cansado e pouco interessado. Nem mesmo esse tal milagre chega a convencer por mais católico que se seja.