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Ficha completa do filme

Aventura

Speed Racer (2008)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 30/09/2008
Nota 3

O mega-fracasso da temporada! Para um orçamento de 120 milhões de dólares, rendeu pouco mais de quarenta.

Speed Racer, o filme, é muito mais videogame do que cinema. Tanto que a Warner estreou no mercado de games com o título. Como narrativa, tem defeitos: de vez em quando, tudo para a fim de ouvirmos lições de moral sobre a importância da família ou então para agüentarmos as piadas do irmão gordinho e seu chimpanzé de estimação. Ou mesmo um interlúdio romântico com a namorada, que é totalmente dispensável.

Há uma preocupação irritante em manter a censura em PG (sigla de Parental Guidance, classificação indicativa americana que aconselha aos pais assistirem ao filme acompanhados de seus filhos), ou seja, acessível a crianças. Assim, nunca vemos direito as cenas de violência, já que é tudo desenho animado, animação.

E estranhamente o rapaz Emile Hirsch , que vinha tão promissor de "Na Natureza Selvagem", perde a grande chance de estrelato. Ele não está no filme, é neutro, passivo, amorfo, sem graça. Errou no tom e foi engolido pelo filme.

Naturalmente esta é uma versão do famoso desenho animado japonês de 1967, "Mahha Go Go Go", que era o favorito dos meninos da época. Foi transposto para o cinema pelos irmãos que realizaram "Matrix" de forma extremamente fiel. Todo o visual é semelhante, porém, expandido.

Foi tudo filmado diante de tela verde onde, posteriormente, foram desenhados os efeitos multicoloridos e extremamente estilizados. Mas nunca vistos antes numa tela grande. Ou seja, é um delírio, uma verdadeira loucura de cores e formas. O começo é bem impressionante.

Matthew Fox, de "Lost", ficou com o personagem do Corredor X. A luta básica é entre o big business, que tenta controlar as grandes corridas e o pequeno e honesto independente que faz tudo para combatê-los.

O curioso é que todas as corridas são realizadas numa espécie de autorama futurista, nada realista. É assumidamente animação com os carros realizando proezas só possíveis em fitas desse tipo - explosões, carros que são mandados fora da estrada e caem em precipícios e coisas assim.

Mas ninguém aparece morrendo, não há sangue. Fica difícil se identificar com alguém, torcer pelo herói, já que tudo é tão fantasioso, tão infantilizado. O maior mérito do filme é ser diferente, procurar uma visualização de cartum, tentando unir atores a desenho. Com resultado irregular, por vezes espetacular, por vezes não convincente.

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