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Ficha completa do filme

Comédia Dramática

Divã (2009)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/09/2009
Nota 4

Dar um papel a altura do talento de Lília Cabral é o maior mérito desta produção Globo Filmes, realizada pelo experiente Alvarenga Jr (''Os Normais''). O filme é uma versão para a tela da peça de Marcelo Saback que, por sua vez, é a adaptação de livro best-seller de Martha Medeiros.

Lilia é uma excelente atriz, carismática, engraçada, mas também boa no drama, capaz de fazer personagens mesquinhos, maus, ou aparentar bondade e franqueza. Versátil e querida, ela foi bem aproveitada em ''A Partilha'' de Daniel Filho e em todos os momentos aqui justifica o estrelato. Ela domina o filme, comove, diverte, interessa.

No palco o espetáculo era basicamente uma comédia assumida, sem culpa. No filme, por algum motivo, preferiram optar pelo drama, às vezes até ao exagero. Pelo realismo. Tudo é contado em tom meio ''Malu Mulher'': a história de uma mulher de meia idade, em que o casamento (com José Mayer, bem eficiente e tranqüilo) está esgotado, os filhos são apáticos (talvez por isso escolheram atores de que a gente se esquece a cara e o nome) e de concreto tem apenas a amizade de uma melhor amiga perua (a talentosa Alexandra Richter que, assim como Lília, participou da montagem teatral).

Por que tinha que ser comédia, assim como o trailer vende? Porque assim seria mais fácil acreditar em algumas reviravoltas do filme, em particular o romance que Lília, uma mulher de cinqüenta anos, tem com dois homens, interpretados por Reinaldo Giannechini e o Cauã Reymond, os dois levando-a a sério ao menos enquanto dura a relação. No final das contas, o público embarcou no filme que fez sucesso. Certamente graças a Lília, porque ela segura a onda. O resultado é muito feminino, muito para mulheres de mais de trinta anos.

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