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Ficha completa do filme

Drama,Suspense

Giallo - Reféns do Medo (2009)

Resenha por Otávio Moulin

Otávio Moulin

Da redação 13/11/2009
Nota 4
Giallo - Reféns do Medo

Mestre do suspense, Dario Argento volta a lidar com temas que fizeram sua fama nas décadas de 60 e 70 ao realizar este "Giallo - Reféns do Medo". Como o próprio título indica, se trata de um típico thriller italiano, o chamado Giallo, que pesca referências nas histórias de detetives americanos e mistura a elementos de exagero, como violência quase caricatural, ângulos de câmera incomuns e arranjos musicais ecléticos. Ou seja, é Argento de volta ao que sabe fazer melhor.

No entanto, "Giallo - Reféns do Medo" não é um típico filme do diretor e, mesmo ao reunir os temas comuns, tenta se distanciar em tom de clássicos como "O Pássaro de Plumas de Cristal" e "Prelúdio para Matar". Este novo trabalho funciona como uma espécie de auto-crítica, em que Argento brinca com suas qualidades e defeitos sem preocupações, o que gera um resultado irregular, mas muito interessante para os fãs de sua filmografia.

O enredo coloca Adrien Brody como um investigador que resolve ajudar uma misteriosa Emmanuelle Seigner. Ela teme que sua irmã, uma modelo interpretada por Elsa Pataky, seja assassinada por um serial-killer conhecido como Yellow e o policial arma uma força-tarefa para encontrar o sujeito em Roma. E tome algumas doses de sadismo, um vilão grotesco e reviravoltas para se ter um pacote bem completo.

Argento trabalha com uma estrutura de suspense tradicional, que mostra (quase) todas as cartas ao espectador e trava uma batalha com seus nervos para mostrar como o mocinho irá se comportar diante de tudo aquilo. No meio disso, elementos do diretor com alguns experimentalismos, em que por exemplo, segura na saturação de cores e afunda na caracterização do cartunesco assassino, interpretado também por Brody com grande entusiasmo.

Não se trata de um produto típico de locadoras. "Giallo - Reféns do Medo" passa longe da estética e de outras convenções dos policiais hollywoodianos atuais, seja do cinema ou da televisão, o que deve causar a ira do espectador médio que só quer descobrir quem é o assassino no final da história. É, na verdade, uma revisão descontraída da carreira do cultuado mestre romano, feita pelo próprio, portanto voltada para os já iniciados.

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