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20/05/2008 - 10h38

"Nao estou acima de ninguém, por isso quis competir em Cannes", diz Clint Eastwood

THIAGO STIVALETTI

Colaboração para o UOL, de Cannes
Hoje foi dia de Clint Eastwood apresentar em Cannes mais um de seus dramas intensos que têm elevado sua carreira nos últimos anos. Em "The Exchange" (A Troca), ele vem acompanhado da maior estrela do momento, Angelina Jolie - que já estava em Cannes divulgando a animação "Kung Fu Panda", na qual é dubladora.

Christophe Karaba
Clint Eastwood dirige Angelina Jolie em filme baseado em história real
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Baseado em uma história real passada na Los Angeles dos anos 20, "The Exchange" aborda a vida de Christine (Jolie), uma telefonista que sai de casa para trabalhar e, quando volta, descobre que o filho de nove anos desapareceu. Meses depois de uma investigação que não dá em nada, aparece um menino que diz ser seu filho, mas ela não o reconhece. Por pena, aceita que ele durma uma noite em sua casa. Christine não desiste do processo, desafia o sistema policial e consegue o apoio de um ativista, o reverendo Briegleb (John Malkovich).

"A verdade é a coisa mais importante da vida para os meus personagens, eles estão sempre correndo atrás disso. E uma criança em perigo é o maior drama que se pode filmar", disse Eastwood, comparando este filme com "Sobre Meninos e Lobos", o último com o qual competiu em Cannes.

Angelina comparou Christine com a outra personagem real que apresentou em Cannes no ano passado, a viúva do jornalista Daniel Pearl, morto pelos paquistaneses. "As duas perdem entes queridos, mas a perda de Christine como mãe é bem diferente, talvez mais dolorosa. E ao contrário de Marion Pearl, Christine vivia nos anos 20 e não tinha o direito de falar e reclamar como Pearl", comparou.

Um repórter perguntou por que Eastwood continuava competindo em Cannes depois de tantos anos, em vez de apresentar seus filmes em sessões especiais. "Se há uma competição, quero fazer parte dela. Parece-me que não competir é estar acima de alguma coisa, e não estou. Mas ganhar não é importante", declarou.

Leia outras frases da coletiva:

"Falta menos de uma semana. Portanto, deixe-me em paz"
Clint Eastwood, brincando com uma jornalista japonesa que lhe deu parabéns pelo seu aniversário de 78 anos, no próximo dia 31

"O diretor é como o ator: se lhe fecham uma porta, você tem que tentar outra com mais vontade. Claro que, com a beleza de Angelina, isso deve acontecer menos com ela"
Eastwood, sobre as oportunidades em Hollywood

"Sou muito jovem para interpretar um dos meninos"
Eastwood, sobre o fato de não atuar em "The Exchange"

"Se a Palma de Ouro for para um filme menor e isso ajudar a fomentar a carreira de um cineasta menor, ótimo"
Angelina Jolie, sobre o hipótese de o júri em Cannes ter medo de premiar filmes hollywoodianos com atores muito famosos

"Este filme não deixa, claro, de ser um libelo pela democracia. Se uma pessoa pode falar e lutar pelos seus direitos como faz Christine, isso deve sempre ser louvado"
Eastwood

"Dirty Harry era uma fantasia sobre um policial que enfrentava a burocracia para ajudar as vítimas. Muita gente já sonhou em empunhar uma Magnum 44. Havia um roteiro sobre uma continuação, em que Harry já estaria aposentado da polícia, mas não penso em fazê-lo"
Eastwood, defendendo seu personagem dos anos 70

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