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25/05/2008 - 17h04

Palma de Ouro fica na França e os prêmios de atuação para atores latinos

Cannes (França), 25 mai (EFE).- A Palma de Ouro da 61ª edição do Festival de Cannes ficou na França, para o filme "Entre les murs" de Laurent Cantet, em uma decisão "unânime" do júri, como também ocorreu com o prêmio de melhor ator para Benicio del Toro, por sua impressionante recriação de "Che".

Na ala feminina, reconheceu-se o trabalho da brasileira Sandra Corveloni, uma mãe que tenta levar adiante seus quatro filhos - com mais um a caminho - em "Linha de Passe", de Walter Salles, enquanto como melhor diretor foi eleito o trabalho do turco Nouri Bilge Ceylan, por "Uç Maymun" (Os três macacos).

Com esta Palma de Ouro, o prêmio volta para a França, país que não ganhava desde 1987, com "Sous le soleil de Satan", de Maurice Pialat.

Laurent Cantet recebeu o prêmio das mãos do ator americano Robert de Niro, acompanhado por todos os jovens que protagonizam o filme, que fala sobre os problemas da imigração e da integração dos filhos dos imigrantes nas escolas francesas.

Cantet dedicou o prêmio aos "atores formidáveis" de seu filme e explicou que a idéia era fazer um filme sobre a "sociedade francesa, múltipla, complexa, com atritos ocasionais".

Por sua parte, o turco Nouri Bilge Ceylan, a quem entregou o prêmio a atriz americana Faye Dunaway, se mostrou "surpreso" e dedicou o prêmio a seu "maravilhoso" país.

O prêmio de melhor roteiro foi para os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne por "Le silence de Lorna", um drama sobre os problemas da imigração, enquanto o prêmio do Júri ficou para "Il Divo", um ácido retrato de Giulio Andreotti realizado pelo italiano Paolo Sorrentino, que não se mostrou muito entusiasmado com o prêmio.

Para "Gomorra", do também italiano Matteo Garrone, ficou o Grande Prêmio do Júri por sua crua visão da Camorra napolitana, prêmio que o diretor recebeu dizendo apenas: "obrigado".

O prêmio especial da 61ª edição do Festival de Cannes, foi para a atriz francesa Catherine Deneuve e o diretor americano Clint Eastwood "por toda uma vida de trabalho".

Diante da ausência de Eastwood, apenas Deneuve subiu para receber seu prêmio das mãos do presidente do júri da competição oficial, Sean Penn.

Deneuve expressou seu desejo de "continuar fazendo filmes tão divertidos como este", em referência a "Un conte de Nöel", com o qual concorria na competição oficial de Cannes, "sempre que continuem existindo diretores tão especiais como Arnaud Desplechin".

A "Câmara de ouro" para a melhor estréia foi para "Hunger", do britânico Steve McQueen, que explicou que seu filme fala sobre "pessoas que vivem uma situação de extrema pressão e sobre o que fazemos diante disso".

Na disputa de curtas-metragens, a Palma de Ouro foi para "Megatron", de Marian Crisan (Romênia), e uma menção especial para "Jerrycan", do australiano Julius Avery.

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