Por Jennifer Henderson
KUALA LUMPUR (Reuters) - Um cineasta malaio cujo primeiro longa-metragem foi escolhido para ser mostrado no Festival de Cinema de Cannes quer provar que o cinema asiático pode atrair o público internacional sem recorrer a estereótipos.
Cena do filme "Karaoke", do estreante Chris Chong, que fará parte da Quinzena dos Realizadores
"Acho que as pessoas vão descobrir o cinema malaio aos poucos, porque é muito diferente dos filmes de kung fu, filme de artes marciais com lindas mulheres asiáticas e esse tipo de cinema sensual", disse Chong à Reuters.
O filme trata da vida num vilarejo e da indústria de azeite de palmeira na Malásia. Inclui cenas da colheita e do processamento do azeite, durante o dia, contrastando com as luzes piscantes do clube de karaokê onde os trabalhadores se reúnem à noite.
Betik, o personagem principal, é um jovem malaio que retorna da cidade grande para seu povoado. Sonhando em assumir a direção do karaokê da família, ele volta a viver a vida do vilarejo, ao lado de sua nova namorada, Anisah.
Mas Betik não demora a descobrir que a vida não é tão simples quanto é retratada nos vídeos de karaokê e que seu lar não é mais o que era.
Os vídeos de karaokê foram feitos especialmente para o filme e escritos pelo cantor e compositor malaio Shanon Shah de modo a permanecer fiéis à cultura do karaokê malaio, disse Chong.
Chong já dirigiu filmes de curta-metragem, mas a inspiração de seu primeiro longa surgiu depois de ele fazer um hiato de três anos em seu trabalho como cineasta e depois de assistir a um vídeo de karaokê.
A escassez de representação da Malásia no cenário cinematográfico mundial é algo que Chong atribui à natureza volúvel dos festivais, que acompanham as tendências mundiais.