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12/05/2009 - 11h50

Festival de Cannes começa em meio a sinais da crise econômica

Por Michael Davidson

CANNES (Reuters) - O Festival de Cinema de Cannes começa na quarta-feira com a comédia de animação em 3D "Up", mas, com os estúdios reduzindo suas despesas em função da recessão, o clima de otimismo no evento cinematográfico célebre por sua extravagância corre o risco de desaparecer em pouco tempo.

"Como todos os setores econômicos, estamos tendo que tomar muito cuidado", disse Michael Barker, co-presidente da Sony Pictures Classics. "Todo o mundo tem receios," acrescentou, ressalvando, porém, que serão fechados negócios mesmo assim.

Destacando a importância crescente do 3D, a cerimônia de abertura vai deslanchar 12 dias de exibições de filmes, entrevistas, tapetes vermelhos e festas no resort francês, que costuma atrair muitas das figuras mais glamurosas e poderosas do mundo do cinema.

Brad Pitt é aguardado em Cannes com o drama da 2a Guerra Mundial "Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino, que será um dos 20 filmes da competição principal disputando a Palma de Ouro de melhor filme quando o festival chegar ao fim, em 24 de maio.

A competição também inclui "Los Abrazos Rotos", de Pedro Almodóvar, com Penélope Cruz, "Looking for Eric", de Ken Loach, estrelado pelo ex-astro do futebol francês Eric Cantona, e o terror "Anticristo", de Lars von Trier.

Jane Campion, que levou a Palma de Ouro em 1993 com "O Piano", levará ao festival "Bright Star", baseado no romance entre o poeta do século 19 John Keats e Fanny Brawne.

Outros destaques incluem "Taking Woodstock", de Ang Lee, sobre o festival de rock, e "Spring Fever", de Lou Ye, com o qual o cineasta desafiou a proibição de fazer cinema por cinco anos que lhe foi imposta pela China em função de seu filme anterior, "Summer Palace", também exibido em Cannes.

Fora da competição principal, é Terry Gilliam quem provavelmente levará o maior filme a Cannes. "The Imaginarium of Doctor Parnassus" inclui o último papel feito pelo falecido ator australiano Heath Ledger, que teve que ser concluído por Johnny Depp, Colin Farrell e Jude Law.

Centenas de outros filmes serão exibidos fora da competição principal, muitos deles na feira que ocorrerá ao longo do festival e que reforça a importância de Cannes no mundo do cinema.

Os negócios continuarão a ser feitos, assim como as festas vão continuar, mas os participantes prevêem que o clima será mais contido que nos últimos anos.

No lado positivo da moeda, os estúdios de Hollywood estão tendo um ótimo ano nas bilheterias, apesar da recessão global, e a relativa força do dólar vai elevar o poder de compra.

Mas a perspectiva de um arrocho prolongado do crédito, somada à queda nas vendas de DVDs e da publicidade, vai lançar uma sombra sobre Cannes, tanto sobre seus negócios quanto sobre a diversão.

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