Cannes (França), 13 mai (EFE).- A atriz francesa Isabelle Huppert, que preside na 62ª edição do Festival de Cannes o júri encarregado de dar a aguardada Palma de Ouro, assegurou hoje que vai encarar os filmes "com a intenção de amá-los, e não de julgá-los".

Esse olhar das duas vez vencedora do prêmio de interpretação em Cannes terá que encontrar consenso entre visões, a priori, muito diferentes: a de um diretor turco, Nouri Bilge Ceylan; uma atriz americana, Robin Wright; a artista indiana Sharmila Tagore III, e a italiana Asia Argento.

James Gray, diretor que competiu em Cannes no ano passado com "Amantes", a enigmática atriz taiuanesa de "Millenium Mambo" Shu Qi; o cineasta e ministro de Cultura e Turismo coreano, Lee Chang-Dong, e o escritor e roteirista britânico Hanif Kureishi completam o grupo de juízes que hoje se disse disposto a encarar, sem preconceitos, os 20 filmes em competição.

"Expressar por que amamos algo foi sempre algo difícil", expressou de forma fria a atriz francesa. "É um velho debate o de entender por que você se emociona com uma obra de arte", completou.

A atriz, ao contrário de Sean Penn no ano passado, preferiu se abrir à arte e não buscar uma voz política. "Não quero definir nenhuma linha para dar o prêmio. Quero me sentar para ver e apreciar o cinema em seu conceito mais nobre", explicou a atriz de, entre outros filmes, "A professora de piano".

"Entregaremos o prêmio ao filme que faça meu coração bater mais forte", afirmou Robin Wright.

"Estou querendo ver que visões do mundo de hoje diretores tão diferentes nos dão", assegurou, por sua vez, Hanif Kureishi, enquanto Gray confessou: "Não vejo tantos filmes em tão pouco tempo desde que tinha 19 anos".

Já Sharmila Tagore III, descendente de Rabindranath Tagore, afirmou que a única coisa que pode garantir é que cada filme será visto "com a honestidade e a dedicação com as quais foram feitos".

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