Depois de um filme que apelava aos baixos instintos, "À Prova de Morte", o americano Quentin Tarantino voltou hoje ao Festival de Cannes com um filme mais intelectual. Só mesmo o astro Brad Pitt para atrair um possível público americano a "Bastardos Inglórios", um filme com 2h40 de duração, falado em três línguas - inglês, francês e alemão - e com cerca de 80% do tempo preenchido só com diálogos.
"Não sou um cineasta americano. Faço filmes para o planeta Terra", declarou o cineasta na coletiva de imprensa. "Gosto dos gêneros do cinema, mas ainda mais dos subgêneros. 'Bastardos' é um filme de guerra, mas antes de tudo um filme de bando", disse Tarantino, o único diretor americano na mostra competitiva de Cannes este ano.
Liderado pelo capitão Aldo Raine (Pitt), o bando dos "Bastardos Inglórios" se dedica a escalpelar nazistas durante a Segunda Guerra. Eles perseguirão um feroz coronel alemão, conhecido como o Caçador de Judeus (Chistophe Waltz). Há menos violência do que se esperava, e muitas referências para os cinéfilos - outra personagem importante é uma francesa dona de um cinena em Paris que planeja incendiar o local, cheio de películas de filmes antigos, em plena pre-estreia de um filme alemão, com todos os nazistas dentro.
TEASER LEGENDADO DO FILME
A vida é mais importante que o cinema, parece nos dizer Tarantino. É um dos filmes mais maduros e elaborados do diretor, de quem boa parte da crítica esperava apenas molecagem em forma de filme.
O astro Brad Pitt comentou suas escolhas recentes de papeis. "Estou sempre atrás de um papel original, que me leve em uma nova direção. Já ficamos tanto tempo longe da família para rodar um filme, então é importante gostar do trabalho, e faze-lo com pessoas que você respeita", disse o ator.