CANNES - O filipino Brillante Mendoza recebeu neste domingo o prêmio de direção do 62º Festival de Cannes por "Kinatay" (Matança).
De uma violência assustadora, já que mostra com crueza e sem se preocupar com questões estéticas, "Kinatay" (Matança) descreve quase em tempo real o sequestro, a tortura e o assassinato de uma prostituta por um grupo de mafiosos, que depois despedaçam seu corpo e espalham os restos pela cidade.
A personagem central é um jovem estudante de uma escola da Polícia que colabora com uma bando de delinquentes para ganhar um pouco de dinheiro. No mesmo dia de seu casamento, é escalado para uma operação de maior envergadura e se torna ao mesmo tempo testemunha e cúmplice do crime.
O filme é baseado em um caso real e o diretor afirmou em Cannes que "há muitas histórias como esta nas Filipinas" e que "foram feitos filmes de entretenimento" sobre eles.
"Nas Filipinas, o público vê isto como um passatempo. É por isso que quis abordar o tema de outra maneira, para mostrar que essa violência é real, que existe, que não é uma diversão", disse.
Com "Kinatay", Brillante Mendoza competia pelo segundo ano consecutivo em Cannes, que no ano passado selecionou seu filme "Serbis".