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Festival de Cannes 2010

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17/05/2010 - 11h31

Diretor de "Babel" estreia o ótimo ''Biutiful'', com Javier Bardem

THIAGO STIVALETTI
Colaboração para o UOL, de Cannes
  • O diretor Alejandro Gonzalez Iñárritu posa para foto com o ator Javier Bardem (à direita) na coletiva do filme Biutiful, no Festival de Cannes (17/05/2010)

    O diretor Alejandro Gonzalez Iñárritu posa para foto com o ator Javier Bardem (à direita) na coletiva do filme "Biutiful", no Festival de Cannes (17/05/2010)

O mexicano Alejandro González Iñárritu, de “Babel”, entrou para ganhar hoje no Festival de Cannes com seu novo filme, “Biutiful”. Desta vez, ele trocou seu painel de personagens por um único protagonista, Javier Bardem, no papel de Uxbal, um homem que lida com mão-de-obra ilegal, empenha-se em cuidar bem dos dois filhos, vive em conflito com a ex-mulher bipolar, enfrenta a morte iminente e carrega grandes culpas. Um drama intenso sobre culpa, morte e redenção, com personagem maior que a vida.

Os problemas do mundo contemporâneo, como a imigração ilegal, voltam à tona. Ao contrário de “Babel”, filmado em vários países, ele concentra todos esses temas em uma única cidade, Barcelona.

“Biutiful é o primeiro filme com o qual fiquei totalmente satisfeito. Antes, eu fazia histórias complicadas para dizer algo simples sobre a vida. Desta vez, tenho uma história simples que quer dizer algo complexo sobre a existência”, disse o diretor. Para ele, Uxbal “é um personagem que navega nas ondas de Deus, um pouco como um santo”. “É um desafio diferente de tudo o que já fiz, mas que traz de volta os mesmos elementos. É como se eu fosse uma árvore que dá maçãs, ou seja, nunca vou poder fabricar algo que não seja maçãs”.

Para Iñárritu, o espanhol Javier Bardem, com quem trabalha pela primeira vez, é um grande ator intuitivo. “Com Javier, você precisa pegar no ar o que está se passando. Ele tinha um livro enorme com informações sobre o personagem, mas na hora de filmar usa outro processo”, descreveu.

Para Bardem, seu personagem Uxbal “é um homem cercado de corrupção e exploração, alguém que não quer perder seu último suspiro de saúde. E esse suspiro é o amor. Ele cultiva a compaixão pelos filhos, os imigrantes, todos à sua volta. Todo o conflito se passa dentro dele”.

Perguntado se prefere os personagens depressivos como Uxbal aos papéis de galã, Bardem brincou: “Os papéis de Casanova foram há muito tempo, quando eu era mais jovem”, disse, esquecendo seu papel de pintor espanhol em “Vicky Cristina Barcelona”, de Woody Allen. “A vida é deprimente sim, mas é o que temos. Precisamos fazer o melhor que podemos. ‘Biutiful’ é um filme intenso, mas no qual há sempre uma esperança”.

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