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21/05/2010 - 14h06

"Governo britânico sabia da tortura no Iraque", ataca Ken Loach, diretor de "Route Irish"

THIAGO STIVALETTI
Colaboração para o UOL, de Cannes
  • Ken Loach, em primeiro plano, e o ator Mark Womack, do filme Route Irish, em Cannes

    Ken Loach, em primeiro plano, e o ator Mark Womack, do filme "Route Irish", em Cannes

O inglês Ken Loach fez hoje sua denúncia contra o apoio do governo britânico à Guerra do Iraque, tema de seu filme “Route Irish”. No filme, a habitual classe média britânica de seus filmes é vista pelos olhos da guerra: um ex-combatente, Fergus, quer descobrir a verdade sobre seu melhor amigo que morreu em Bagdá em circunstâncias misteriosas.

“A Guerra do Iraque foi um crime extraordinário, uma guerra ilegal. A tortura foi tolerada, houve muita corrupção. Através da história do soldado morto Frankie e seu amigo Fergus, quisemos mostrar todos os aspectos desse crime”, afirmou. “É um absurdo fingir que o governo britânico não sabia dessas coisas. É uma ironia que Tony Blair tenha se tornado embaixador da paz para o Oriente Médio, um homem que aprovou a tortura”.

Loach constrói um filme mais violento que o habitual, com Fergus indo longe na vingança dos responsáveis pela morte do amigo, chegando ao ponto de tornar-se ele mesmo um torturador.

“Em minha pesquisa, descobri que ocorreu uma espécie de privatização da guerra. Os soldados eram tratados como subalternos que não tinham nenhuma responsabilidade moral pelos seus atos”, disse o roteirista Paul Laverty. Outra informação desconcertante: os soldados tratados com stress pós-traumático podem manifestar esses sintomas até 17 anos depois do fim da guerra.

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