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Festival de Cannes 2010

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22/05/2010 - 11h49

Nikita Mikhalkov, apresenta monumental afresco russo e monopoliza Cannes

MOSCOU, Rússia (AFP) -Nikita Mikhalkov, o mais célebre cineasta russo e realizador de "O Sol enganador 2", apresentado neste sábado em Cannes, pinta um descomunal afresco russo sobre a Segunda Guerra Mundial, monopolizando a atenção do Festival de Cannes, na véspera do anúncio da entrega da Palma de Ouro.

Autor de 13 filmes que lhe valeram 35 prêmios internacionais, entre eles um Oscar, o Prêmio do Júri em Cannes e um Leão de Ouro em Veneza ("Urga", 1991), Nikita Mikhalkov, 64 anos, é considerado o cineasta mais influente da Rússia, mas também é visto como personagem polêmico pelos demais diretores que reprovam a esse poeta da alma russa sua intimidade com o poder.

Entre seus filmes mais notáveis, destacam-se "Olhos Negros", com Marcello Mastroianni e Silvana Mangano, filmado na Itália, e "Anna dos 6 aos 18", documentário filmado ao longo de 12 anos com sua filha, tendo como cenário os últimos anos da vida política soviética, da morte do líder comunista Leonid Brejnev ao golpe de agosto de 1991.

Em 1995 Mikhalkov ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro com "O Sol Enganador", de 1994.

A fraqueza espiritual e o isolamento dos personagens são temas recorrentes em seus filmes, com reflexões críticas sobre a modernidade e sobre os regimes políticos.

No final dos anos 1990 dirigiu a refilmagem de Siberiade, filme realizado por seu irmão Andre¯ Kontchalovski, em 1979, intitulado O Barbeiro da Sibéria (1998); na época do lançamento foi comparado a Titanic, pelo alto custo da produção.

Agora, 16 anos depois de "O Sol enganador", o diretor russo retoma o destino do general Kotov, mostrando a destruição de sua família pelos abusos de poder na época de Stalin.

O resultado é um monumental relato de duas horas e meia na versão internacional (três horas na versão estrelada em abril na Rússia e nos países bálticos).

Oito anos de filmagem e um orçamento de 40 milhões de dólares, "O Sol enganador 2" não é uma película bélica, mas uma "história de amor que tem no fundo a guerra e o stalinismo", comenta o cineasta.

Filho do poeta Sergue¯ Mikhalkov, autor do hino soviético sob Stalin, Nikita Mikhalkov pertence a uma família da nobreza russa remontando ao século XV.

"Não sou um intelectual, mas um aristocrata", destaca o cineasta, apreciado antes de tudo pela atmosfera 'tchekoviana' de seus primeiros filmes, como Peça Inacabada de Piano Mecânico, onde mostra o choque das duas Rússias (monárquica vs. revolucionária) no seio de uma família da classe média.

Nasceu em 21 de outubro de 1945 sendo, nas décadas de 1970 e 1980, um conhecido dissidente soviético e pró-czarista.

Irmão do também grande cineasta Andrei Konchalovsky, Nikita Mikhalkov, como seu irmão dedica-se a filmes históricos na então URSS durante das décadas de 1970 e 1980. 

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