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25/01/2010 - 06h30

Cutra-metragem brasileiro "Avós" é selecionado para o Festival de Berlim

NEUSA BARBOSA
Colaboração para o UOL, do Cineweb
  • Reprodução

    Garotinho ganha presentes das avós no curta-metragem ''Avós''

O curta metragem "Avós", do uruguaio radicado em São Paulo Michael Wahrmann, foi selecionado para integrar a mostra Generation do 60º Festival de Cinema de Berlim, que começa no próximo dia 11 de fevereiro. Rodado em Super 8, trata-se do único curta nacional selecionado até agora para esta edição do festival alemão.

O enredo, autobiográfico, narra a tentativa de Leo (o estreante Sidney Szaja Barmak), em seu décimo aniversário, de trocar as meias e cuecas que ganhou das avós, uma delas alemã (Gessy Fonseca). A difícil tarefa é registrada efetivamente pela câmera Super 8 dada pelo avô.

Sidney foi selecionado entre os alunos do Colégio Hebraico-Brasileiro Renascença, no bairro paulistano de Higienópolis. Os figurantes que aparecem no filme foram escolhidos na mesma escola. Já a atriz paulistana Gessy Fonseca, que faz a avó alemã, tem 85 anos de idade e 60 de carreira. Ela atuou em "Caiçara" (50), de Adolfo Celi, e também em novelas como "Fogo sobre Terra", além de ter dublado a Mulher-Gato no seriado televisivo "Batman", nos anos 60.

Rodado em cinco dias, com o custo de R$6 mil, "Avós" é projeto de conclusão do curso do diretor na FAAP de São Paulo. A finalização em HD, nos EUA, custou outros R$6 mil.

Lançado no Brasil no último Festival Internacional de Super 8 de Curitiba, no final de 2009, o curta ganhou seis prêmios, entre eles o de melhor filme pelo júri oficial e melhor filme pelo público. Sua estreia oficial acontecerá no começo de fevereiro em São Paulo. No exterior, sua première será durante o Festival de Berlim.

"Avós" foi baseado na infância do diretor, que morava em Israel e visitava anualmente os avós no Uruguai. A avó paterna do diretor, que morreu em 2007 aos 98 anos, era alemã e estudou letras na Universidade de Berlim. Deixou a Alemanha em 1937 devido à perseguição do regime nazista e nunca mais quis voltar ao país. Já os avós maternos eram húngaros e sobreviventes de campos de concentração.

Para Wahrmann, que nasceu no Uruguai, cresceu em Israel e mudou-se para São Paulo em 2004, a estreia do filme no festival tem importância simbólica. "É um círculo que se fecha. É como se minhas avós voltassem a Berlim".

Mais informações sobre o filme - http://avoscurta.wordpress.com/

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