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16/02/2010 - 13h20

Ator-mirim turco de "Honey" cativa imprensa internacional na Berlinale

ALESSANDRO GIANNINI
Enviado especial a Berlim
Getty Images

O ator-mirim Bora Altas chamou a atenção dos jornalistas ao aprensentar o filme 'Bal' (Honey), de Semih Kaplanoglu, no 60º Festival de Berlim

Hoje foi o dia também do filme turco "Bal", de Semih Kaplanoglu, terceira parte da trilogia "Yusuf", antecedida por "Milk" (2008) e "Egg" (2007). Com o ator-mirim Bora Alta no papel principal, o filme atraiu a atenção e a simpatia dos jornalistas mais por conta da doçura do personagem e de seu pequeno intérprete do que exatamente pela unidade da força narrativa. Mas não parece se encaixar no que se espera de um júri presidido por Werner Herzog.

Único filho de pais que trabalham com mel e agricultura em uma região montanhosa e isolada da Turquia, Yusuf (Bora Altas) estuda na escola do vilarejo e tem dificuldade em se expressar, embora inveje os colegas que conseguem ler com facilidade em voz alta e ganham aplausos e pequenas medalhas do professor. A comunicação do menino se dá mais com o pai (Erdal Besikcioglu), com quem aprende os nomes das flores, que tipo de mel o pólem delas produz e noções de religiosidade e espiritualismo. Quando ele embarca em uma viagem, o menino se vê atabalhoado.

Kaplanoglu disse que procurou pelo ator ideal para o papel de Yusuf em diversas escolas primárias da região onde filmou. Mas o encontrou por acaso, enquanto andava na rua. "Eu o vi brincando e fui conversar com ele", contou, na entrevista coletiva após a primeira exibição do filme. "Logo percebi que tinha achado quem eu queria, mas não disse a ninguém até terminar os testes. Devo muito a ele, e quero tornar esse agradecimento público."

Boras teve a assistência de Tulin Ozen, que faz o papel da mãe de Yusuf no filme, durante as filmagens. Colaboradora e assistente de Kaplanoglu, a atriz ajudou a escolhê-lo para o papel e foi também responsável por treiná-lo. A maior dificuldade, segundo o diretor, era manter a concentração do menino. "Ele é um garoto muito vivo e, aos 7 anos, que era a idade que ele tinha quando rodamos, o mais difícil era fazer com que ficasse concentrado por um longo período e não se esquecesse do que havíamos feito antes", disse ele. "Mas se houvesse algum tipo de distração, começávamos de novo."

O pequeno Bora, que na maior parte do tempo esteve só observando, falou que não foi difícil fazer o filme. "Ele [o diretor] pedia para eu fazer algumas coisas e eu fazia", disse ele, sem se estender muito na resposta. "Só algumas coisas foram difíceis, mas ele sempre me ajudava." O menino só verá o filme na sessão de gala, esta noite ainda.

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