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17/02/2010 - 15h25

Julianne Moore e Annette Bening fazem casal gay tradicional em "The Kids Are All Right"

ALESSANDRO GIANNINI
Enviado especial a Berlim
  • Getty Images

    A diretora Lisa Cholodenko posa para foto com a atriz Julianne Moore durante a divulgação do filme ''The Kids Are All Right'' , no 60º Festival de Berlim

Mais um dia de surpresas e questionamentos no 60o. Festival de Berlim. Nesta quarta (17), a manhã começou com o filme alemão "Shahada", do estreante Qurban Burhani, cuja estrutura episódica é inspirada nos cinco pilares do Alcorão. E foi seguido pelo americano "The Kids Are All Right", de Lisa Cholodenko, com Julianne Moore e Annette Bening interpretando um casal de lésbicas. Embora faça parte da mostra competitiva, o filme participa como convidado, sem concorrer ao Urso de Ouro. E agradou mais do que outros títulos americanos que disputam o prêmio máximo do certame. Só Julianne Moore e Lisa Cholodenko vieram a Berlim para promover o filme.

Burhani, alemão de origem afegã e educado sob os ensinamentos da religião muçulmana, tem talento para filmar e faz questão de mostrar isso em "Shahada", tanto na estrutura quanto na forma. Os segmentos em que o filme é dividido correspondem ao ponto de vista de cada um dos personagens envolvidos na história. São jovens muçulmanos que enfrentam problemas do mundo moderno e, de alguma maneira, tentam resolvê-los à luz - ou a despeito - de sua religião. O jovem diretor não escondeu a pretensão ao dizer que se inspirou em Kieslowski e no "Decálogo" quando se decidiu pela estrutura do filme.

"The Kids Are All Right" foi uma grata surpresa, apesar de estar "fora de competição". Além de colocar em evidência no festival mais e melhores interpretações femininas, o filme de Cholodenko, cuja carreira foi projetada pelo Festival de Sundance e hoje tem no seu currículo a direção de vários episódios de seriados como "Six Feet Under" e "The L Word", é uma deliciosa comédia de costumes em que um casal de lésbicas enquadrado no modelo familiar tradicional começa a ter problemas quando os filhos - concebidos a partir de inseminação artificial - procuram, e acham, o pai biológico.

A família de Annette Bening e Julianne Moore se completa com Mia Wasikowska, a Alice do novo filme de Tim Burton, e Josh Hutcherson, que faz o irmão dela. Eles são os motores da trama central do filme, quando resolvem procurar o pai biológico e encontram o personagem de Mark Ruffalo, dono de um restaurante, solteirão e conquistador incorrigível. A aproximação da família "incomum" com o novo personagem leva a exposição de uma série de feridas escondidas. A força do filme vem principalmente do humor e do elenco, especialmente dos atores adultos. Ruffalo, que faz o médico de "Ensaio Sobre a Cegueira"e há anos vem interpretando policiais e papéis sérios, tem uma verve que surpreende.

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