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20/02/2010 - 12h42

Diretor francês de "Mammuth" critica seleção de filmes com formato "americano" em Berlim

ALESSANDRO GIANNINI
Enviado especial a Berlim
Getty Images

O cineasta Gustave de Kervern participa da coletiva do filme ''Mammuth'' no 60º Festival de Berlim

Exibido na sexta (19), o francês "Mammuth", com Gerard Depardieu, causou muito estranhamento na Berlinale. Rodado em vários formatos, inclusive Super-8, o filme é um road movie nostálgico, no qual Depardieu faz o papel de um operário aposentado que cai na estrada em busca de testemunhos de ex-patrões e colegas para completar o processo da aposentadoria. E, ao longo do caminho, passa em revista a sua trajetória.

Dirigido pela dupla francesa Benoît Delépine e Gustave Kervern, o filme traz também a participação especial de Isabelle Adjani, no papel de uma figura do passado que assombra o personagem de Depardieu durante toda a sua jornada.

Segundo Delépine, eles escreveram o papel para o ator francês, que não demorou a aceitar o papel. Com Adjani, a história foi diferente. "Imaginamos que ela seria uma boa escolha, conseguimos o número do telefone dela e deixamos um recado em sua secretária eletrônica", contou ele durante a entrevista da dupla com jornalistas de vários países da qual o UOL participou. "Ela passou a se interessar pelo projeto quando participou de um programa de televisão e o apresentador lhe perguntou se ia fazer parte do elenco do novo filme de Delépine e Kervern."

Na mesma entrevista, realizada antes da cerimônia de premiação, Kervern estava mais disposto a fazer uma crítica à organização do festival e à seleção de filmes narrativos convencionais. "Sei que não vamos ganhar nada", antecipou o cineasta. "Mas tenho que dizer que estou profundamente decepcionado com essa seleção. São filmes 'americanos', sem experimentação, sem invenção, sem nada."

Kervern citou especificamente "O Escritor Fantasma", de Roman Polanski, e o filme romeno, "If I Want To Whistle, I Whistle", de Florin Serban, quando se referia a uma prevalência de "filmes americanos". "Eu sou fã dos filmes romenos, mas é absurdo que tenham selecionado um filme burguês com uma visão tão estereotipada para um festival desta importância", completou.

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