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08/02/2009 - 12h31

"Gigante" marca com aplausos a presença latino-americana em Berlim

ALESSANDRO GIANNINI
Enviado especial para Berlim
Primeira das duas produções latino-americanas selecionadas para a mostra competitiva de Berlim, "Gigante" marcou presença do continente no festival de maneira muito positiva. Na primeira sessão aqui, o filme do argentino radicado no Uruguai Adrian Biniez foi bastante aplaudido, embora a entrevista coletiva tenha sido vista e movimentada em grande parte por jornalistas latinos.

"Gigante" conta a história da paixão de Jara (Horacio Camandulle), guarda de segurança noturno de um supermercado, por Julia (Leonor Svarcas), uma das faxineiras que fazem a limpeza do estabelecimento. Ao dispensar as convenções da comédia romântica e dos gêneros afins, Biniez optou por mostrar a construção do encontro entre os dois personagens por meio do olhar do protagonista.

Johannes Eisele/Reuters
Os atores Horacio Camandule (esq.) e Leonor Svarcas, que vivem o par romântico do filme "Gigante"
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Por meio das câmeras de segurança, o grandalhão Jara - daí o título - apaixona-se por Julia e, impedido de se aproximar dela devido a uma timidez extremada, passa a segui-la não só por meio do circuito fechado, mas em todos os lugares por onde ela passa. O jogo de gato e rato só termina quando uma ruptura do círculo vicioso que prende o segurança se interpõe entre ele e a possibilidade do encontro.

Co-produção entre Uruguai, Argentina, Holanda e Alemanha, o filme vem de uma linhagem que começa em "25 Watts" e revelou, entre outros talentos, o ator Daniel Hendler, nome freqüente nas produções argentinas e uruguaias. Outro título ao qual presta tributo é o rigoroso "Whisky", cujo diretor Juan Pablo Rebella suicidou-se há alguns anos.

Um dos produtores, o argentino Fernando Epstein, explicou que "Gigante" é a quinta realização desse núcleo criativo. E contou que Biniez e Svarcas já estavam em "25 Watts" em pequenas participações especiais - ele num pequeno papel e ela em uma foto. A escolha do projeto também se deu por afinidade de estilo. "Era muito parecido com outros filmes que havíamos feito", disse ele.

Diretor estreante no longa-metragem, Biniez vive na Argentina há cinco anos. Disse que não se lembra bem quando teve a inspiração de fazer o filme, mas um incentivo foi escrever o papel para Svarcas. "Tinha em mente outro ator para o papel de Jara", contou ele. "Mas fico feliz que tenha escolhido Horacio, ele é muito melhor e tem mais a ver com o personagem."

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