Berlim - O cineasta português Manoel de Oliveira disse estar "muito sensibilizado" por receber uma das maiores distinções do Festival de Cinema de Berlim, a Berlinale Kamera, durante a estreia mundial de "Singularidades de uma rapariga loura", o seu filme mais recente.
Oliveira, que completou 100 anos em dezembro, afirmou, no Cinema Paris completamente lotado, que tinha o dever de "evocar a grande contribuição do cinema alemão para o cinema mundial", lembrando a importância da Alemanha na sua vida e obra.
"Fui instruído no processo do filme a cores nos laboratórios da Axa, em Leverkusen, e depois comprei a minha primeira Reflex em Munique, no começo dos anos 50", disse Manoel de Oliveira ao público.
"Singularidades de uma rapariga loura" é a adaptação ao cinema de um conto homônimo de Eça de Queirós. A obra relata as desventuras de Macário, um jovem que se apaixona por uma misteriosa mulher, Luísa, faz fortuna para pedi-la em casamento, mas perde tudo porque é enganado por um amigo a quem serviu de fiador.
Esta não é a primeira presença de Manoel de Oliveira no Festival de Berlim, um dos três principais eventos da sétima arte, ao lado de Cannes e de Veneza, como o cineasta português fez questão de sublinhar.
A direção do Festival ressaltou que a distinção de Oliveira com a Berlinale Kamera se destina a premiar "um mestre do cinema e o autor de uma obra impressionante".