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11/02/2009 - 16h54

Documentário de Padilha sobre a fome no Brasil é destaque em Berlim

BERLIM - O brasileiro José Padilha, vencedor em 2008 do Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim, retorna nesta 59º versão do evento com um documentário sobre a fome no Brasil. A primeira exibição do filme no festival acontece nesta quarta-feira (11).

Padilha, de 41 anos, que recebeu o Urso de Ouro há um ano com seu primeiro longa-metragem de ficção "Tropa de elite", acompanhou o cotidiano de três famílias brasileiras durante um mês para realizar "Garapa", termo que significa uma mistura de água e caldo de cana-de-açúcar, "alimento que é a base para muitas famílias brasileiras".

Divulgação
O documentário "Garapa", de José Padilha, que está na mostra Panorama do Festival de Berlim
MAIS IMAGENS DO SÉTIMO DIA DO FESTIVAL DE BERLIM

"Para compreender o que significa a fome, é preciso viver todos os dias com pessoas que sofrem dela, pelo menos durante um certo tempo. Padilha viveu com uma família em uma grande cidade brasileira, depois com outra em uma pequena cidade e com uma terceira, distante de qualquer infraestrutura urbana", segundo a apresentação de "Garapa" distribuída à imprensa.

"Por meio do filme de Padilha fica evidente que a fome tem efeitos profundos, entre eles o alcoolismo, a superstição e os maus-tratos contra as crianças", acrescenta o texto.

Padilha, com o documentário "Garapa" apresentado na seção Panorama da Berlinale, estudou Economia e Ciências Políticas no Rio de Janeiro e, posteriormente, Literatura Inglesa em Oxford.

A partir de 1999 se dedicou à gravação de documentários e em 2002 seu filme "Õnibus 174" rendeu a ele vários prêmios.

"Apesar de todas as crises sociais e das catástrofes, ainda há esperanças. Isso se nota em muitos filmes que abordam a questão da família. A confiança, o afeto e o amor dão às pessoas a força para seguir, seja na América Latina, na Escandinávia ou na Ásia", disse, por sua vez, o diretor da Berlinale, Dieter Kosslick.

"Diversos filmes desta Berlinale mostram os efeitos brutais de sistemas econômicos mundiais desenfreados, que têm alguns aspectos positivos, mas que trazem também a fome, a miséria, a guerra e a tortura", acrescentou.

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