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13/02/2009 - 10h56

Steve Martin diz que gostaria de ser vilão em alguma adaptação de HQ

ALESSANDRO GIANNINI
Enviado especial a Berlim
A inclusão de "A Pantera Cor de Rosa 2" na mostra competitiva do Festival de Berlim, mesmo na condição de não concorrente ao Urso de Ouro, valeu muitas críticas a Dieter Kosslick, diretor da Berlinale. Steve Martin recria o inspetor Clouseau, personagem politicamente incorreto criado por Peter Sellers, em um ambiente contemporâneo, mas sem a mesma verve irônica do comediante inglês.


Entrevista com Steve Martin - Parte 1

Kosslick se defendeu dizendo que "A Pantera Cor de Rosa 2" é um grande filme, com um grande elenco - além de Martin, integram o cast também John Cleese, Alfred Molina e Andy Garcia. Na verdade, o grande timoneiro do festival apenas defendeu a necessidade de ter estrelas e filmes comerciais na competição para manter o interesse pelo evento vivo.

Na entrevista a seguir, realizada em dezembro, em Nova York, Steve Martin explica o que o fez recriar o inspetor Clouseau, sua opinião a respeito de Peter Sellers e o que pensa das comédias adolescentes e dos filmes de super heróis. Esta é a íntegra; os vídeos contidos nessa página trazem trechos das respostas.


UOL Cinema - Você ainda tem uma paixão pelo tipo de comédia que é "A Pantera Cor-de-Rosa"

Steve Martin - Sim, sou apaixonado, especialmente por esse personagem, que parece ter crescido muito do primeiro para o segundo filme. Espero que façam o terceiro. Gosto de interpretar o personagem, de trabalhar no roteiro e inventar as piadas. Acho que é a melhor coisa que estou fazendo agora.

UOL Cinema - Você gosta de contribuir para os roteiros dos filmes em que trabalha?

Steve Martin - Definitivamente. No primeiro, tive crédito pelas contribuições. Não sei se neste eu terei, provavelmente sim. Eu contribui com muitas piadas. Temos ótimos roteiristas, mas eu sempre gosto de contribuir. E também com as piadas no set.

Entrevista com Steve Marin - Parte 2
VEJA TRAILER DO FILME


UOL Cinema - No filme, o personagem de Lily Tomlyn é uma professora de correção política. Não acha estranho uma professora para corrigir um personagem tradicionalmente subversivo?

Steve Martin - Nos Estados Unidos, é uma tendência que vem se desenvolvendo há alguns anos, o politicamente correto. Então, achamos divertido colocar alguém para corrigir o inspetor Clouseau. Simplesmente isso. Achamos divertido.

UOL Cinema - Qual a diferença entre os filmes de Peter Sellers e essas refilmagens?

Steve Martin - Nossos filmes são diferentes dos de Peter Sellers. Os nossos são mais familiares. Eu tenho grande respeito por Peter Sellers e sou grato a ele por ter criado esse personagem do qual hoje eu posso compartilhar.

UOL Cinema - Há várias tendências dentro da comédia e algumas delas são as comédias adolescentes e as paródias. Como você encara essa tendência?

Steve Martin - Para uma pessoa da minha idade, entender uma comédia adolescente, que tipo de palavras usar, o que é permissível e o que não é, eles fazem coisas que eu não faria... Mas isso não as torna ruins. Por outro lado, há coisas de que gosto muito. Ben Stiller é muito engraçado; Adam Sandler é muito engraçado; Will Ferrell é muito engraçado. E eu sei como é difícil fazer qualquer tipo de comédia, então, respeito os filmes simplesmente por serem feitos.

UOL Cinema - Você agora é cantor, escritor, ator. Como lida com tantas atividades?

Steve Martin - Engraçado, eu realmente faço muitas coisas. Mas sempre pareço ter tempo para fazer mais. Então, nunca estou correndo com as coisas de um lado para outro ou sempre ocupado. Eu trabalho quando tenho vontade. E o resultado é isso. Um filme leva três meses para terminar. Esse é o maior tempo que eu dedico a um filme - o tempo de filmar e promovê-lo. Um livro pode levar um ano, mas não se trabalha todos os dias e trabalha-se em um ritmo próprio. Você não tem que levantar cedo. Fazer filmes é o que, para mim, se assemelha mais a trabalho. As outras coisas são diversão.

UOL Cinema - Dirigir também?

Steve Martin - Não dirijo. Fiz uma ou duas coisas para a televisão. Acho muito difícil.

UOL Cinema - Por quê? Você não gosta de...

Steve Martin - Não sei como Woody Allen faz isso. Escreve o roteiro, atua e dirige. Eu não poderia fazer isso. Eu preciso de um observador externo, como um diretor, para ver o que estou fazendo enquanto atuo. E gosto de colaborar como ator. Como diretor, acho demasiado.

UOL Cinema - Há muitos filmes de super-heróis e tudo mais. O que você acha de participar em um deles?

Steve Martin - Eu estaria interessado em fazer um vilão em um desses filmes. Não saberia dizer qual porque não os vi todos. Mas acho que um vilão de quadrinhos seria fantástico. Mas também vejo "A Pantera Cor-de-rosa" como uma espécie de cartum ao vivo e em cores, quase um personagem animado. Então, eu me animo fazendo o inspetor Clouseau.

UOL Cinema - O que vem depois de "A Pantera Cor-de-Rosa 2"?

Steve Martin - Tem esse pequeno disco de banjo que eu estou fazendo. Parece pequeno, mas estou entusiasmado com ele. E também farei um personagem no novo filme de Nancy Meyer, com Meryl Streep e Alec Baldwin. Estou bem feliz com isso também

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