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14/02/2009 - 17h59

Urso de Ouro vai para filme peruano "La Teta Asustada", de Claudia Llosa

ALESSANDRO GIANNINI
Enviado especial a Berlim
Com apenas dois filmes na mostra competitiva da Berlinale, a América Latina surpreendeu na premiação do júri presidido pela atriz escocesa Tilda Swinton. Primeiro filme peruano a ser selecionado pelo festival, "La Teta Asustada", de Claudia Llosa, ficou com o Urso de Ouro. Ouro - na sexta (13) havia conquistado o prêmio da crítica. "É um prêmio muito importante para nós porque vai abrir as portas para o cinema peruano", disse ela, na entrevista após a cerimônia de premiação. "Precisamos muito disso."

Questionada sobre a onda latina que varreu a Berlinale nos dois últimos anos (o brasileiro "Tropa de Elite" conquistou o Urso de Ouro no ano passado), Llosa disse que não sabe se é coincidência. "Mas é muito bem vinda essa abertura do festival", disse ela. "A atitude de Tilda Swinton foi muito corajosa e senti uma energia muito forte ao receber o prêmio de suas mãos. Isso vai permitir que mais filmes latinos sejam feitos e mais mulheres tenham oportunidades de mostrar os seus trabalhos."

AP
Claudia Llosa, de La Teta Assustada: Primeiro filme peruano a participar levou o prêmio máximo

E "Gigante", do argentino Adrián Biniez, levou três prêmios, dois deles concedidos pelo júri oficial e um pelo júri das realizações de diretores estreantes: o de melhor filme de estréia em longa metragem, o prêmio especial Alfred Bauer (dividido com "Tatarak", de Wajda) e Grande Prêmio do Júri (dividido com o alemão "Alle Anderen", de Maren Ade).

Reuters
O argentino Adrián Biniez recebeu três prêmios pelo filme "Gigante"

Ao apresentar o primeiro prêmio concedido pelo júri oficial, o escritor Henning Mankell disse que ia ser "uma noite divertida". Mais do que isso, o conjunto de premiados deixou muita gente boquiaberta com algumas escolhas e exclusões. Para um festival que se pautou pela política e o engajamento para formar a competição deste ano, ficou estranho deixar de fora "Storm", de Hans Christian Schmidt, e "Little Soldat", de Annette Olensen. No entanto, os prêmios de ator para o Sotigui Kouyate, de "London River", e de roteiro para Oren Overman e Alessandro Camon, por "The Messenger", preencheram essa lacuna.

Muito criticado por algumas opções estéticas e éticas, "Katalyn Varga", do inglês Peter Strickland, foi agraciado com um Urso de Prata pela edição de som. Igualmente ignorado pelos críticos, o alemão "Alle Anderen" acabou valendo à atriz Birgit Minichmayr o Urso de Prata de melhor atriz. Isso tudo em um ano com atuações femininas notáveis, como foram os casos de Kerry Fox ("Storm"), Trine Dyrholm ("Little Soldat") e até da belíssima peruana Magaly Solier ("La Teta Asustada"). Mesmo com muitos problemas, o iraniano Asghar Farhadi foi considerado o melhor diretor por "Darbareye Elly".

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