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09/02/2010 - 16h34

No ano de "Avatar", o 60º Festival de Berlim aposta na tradição e na diversidade

ALESSANDRO GIANNINI
Editor de UOL Cinema
  • Divulgação

    Cena do filme "Metropolis" (1927), de Fritz Lang, exibido no Festival de Berlim

2010 é um ano que vai ficar marcado para sempre na memória de quem gosta de cinema. James Cameron revelou para o mundo o enigma e a revolução tecnológica de "Avatar". A Academia resolveu reciclar formatos e conteúdos do Oscar para dinamizar e tornar mais atraente o prêmio máximo de Hollywood. Com tudo isso, o primeiro festival europeu de cinema do ano, o Festival de Berlim, ainda aposta na tradição e na diversidade cultural para comemorar 60 anos.

O festival abre suas atividades nesta quinta (11), com a exibição de "Tuan Yuan", do chinês Wang Quan'an. O encerramento será no dia 21. Um dos pontos altos será a exibição na sexta (12) de "Metrópolis" na concepção imaginada originalmente por Fritz Lang, com 30 minutos de metragem a mais reencontrados em cópias depositadas na Cinemateca Argentina. No capítulo tributos, homenagens à atriz Hanna Schygulla e ao diretor e roteirista Wolfgang Kohlhaase.
 
A 60ª edição da Berlinale reúne na mostra competitiva, a principal seleção, 26 títulos, dos quais apenas 20 concorrem de fato aos Ursos de Ouro, Prata e ao prêmio Alfred Bauer. Entre estes, nenhum brasileiro. Como representante latino, apenas uma estreante argentina,Natalia Smirnoff, com o filme "Rompecabezas". Fora de competição, ou "hors concours" como se fala no jargão dos certames, seis produções, inclusive o filme de encerramento, "Otouto", do japonês Yoji Yamada, e a presença célebre de Martin Scorsese, com "Ilha do Medo", adaptação do romance de suspense de Dennis Lehanne, com Leonardo DiCaprio e Mark Ruffallo.

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    ''Besouro'', de João Daniel Tikhormiroff, está na programação de 2010

Para comemorar seis décadas de atividades, o diretor do festival, Dieter Kosslick, se empenhou em reunir na mostra competitiva o melhor em termos de qualidade e projeção internacional. Conseguiu trazer os filmes de cinco ganhadores do Urso de Ouro, Zhang Yimou, Michael Winterbottom, Wang Quan'an, Roman Polanski e Jasmila Zbanic. Além da argentina Smirnoff, apostou em mais dois estreantes, Burhan Qurbaniu e Florin Serban. Além de resgatar nomes consagrados no circuito de festivais internacionais e do cinema independente americano, casos do dinamarquês Thomas Vinterberg, parceiro de Lars von Trier no Dogma 95, e o americano Noah Baumbach.

Participação brasileira

O Brasil, que recentemente ganhou o Urso de Ouro com "Tropa de Elite", não concorre ao prêmio este ano. Mas estará em peso nas programações paralelas, com seis filmes recentes: "Bróder!", de Jefferson Dê; "Fucking Different São Paulo", dirigido por um coletivo de 13 diretores; "Besouro", de João Daniel Tikhormiroff; o documentário "Lixo Extraordinário", de Lucy Walker, com co-direção de João Jardim e Karen Harley; "Os Famosos e os Duendes da Morte", de Esmir Filho, e o curta "Avós", do uruguaio radicado em São Paulo Michael Wahrnann. Há ainda o documentário "Budrus", co-produção entre Estados Unidos e Israel dirigida pela carioca Julia Bacha

A aventura sobre um lendário capoeira "Besouro" e o filme coletivo "Fucking Different São Paulo" estão na mostra Panorama. O documentário sobre Vik Muniz e a reciclagem de lixo no Jardim Gramaxo, em Duque de Caxias, "Lixo Extraordinário", estará na seção Panorama Dokumente. Assim como "Budrus", nome da cidade palestina que ficou conhecida em 2003 por receber um muro para separar as populações israelense e palestina. E "Bróder!", longa de estreia de Jeferson Dê, com Caio Blat, faz parte da seção Panorama Special. Outro longa de estreia, "Os Famosos e os Duendes da Morte", de Esmir Filho, estará na Generation 14plus. E o curta "Avós" fará parte da mostra de curtas da seção "Generation".

 

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