Wagner Moura, eleito melhor ator no Festival do Rio 2010, em cena do filme "VIPs"
Com uma seleção de competidores medianos, o juri do Festival do Rio - formado por Gustavo Dahl, Bruna Lombardi, Jorge Sanchez e Leonardo Monteiro de Barros - elegeu "VIPs" como o grande vencedor do Festival do Rio.
A cerimônia já começou problemática: a exibição do vídeo com momentos de gala e de atividades paralelas do Festival estava com defeito de áudio. Tentou-se passar a peça sem som, mas logo a ideia foi abortada e o vídeo só foi retomado no encerramento das atividades.
O longa dirigido por Toniko Melo recebeu o redentor de melhor ficção e três dos quatro prêmios oferecido para o elenco. Wagner Moura, Jorge D'Elia e Gisele Fróes receberam o troféu Redentor por Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante, respectivamente. Nenhum deles estava presente na ocasião e coube a Toniko subir ao palco.
A exceção entre os atores ficou para Karine Telles, que conquistou a categoria de Melhor Atriz por "Riscado" - único prêmio do longa independente carioca.
O filme escolhido pelo juri popular foi "O Senhor do Labirinto" e novamente o diretor Geraldo Motta testou a paciência da plateia com o discurso mais longo da noite. Entre os documentários, "Positivas" foi o eleito pelo público, enquanto o juri preferiu "Diário de uma Busca". O longa de Flávia Castro também foi premiado pela Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema) por unanimidade como melhor filme latino-americano.
Entre os curtas-metragens, os premiados foram "Vento" (juri oficial) e "Um Outro Ensaio" (público). "Geral" levou o Prêmio Especial do Juri. "Dois Mundos" e "Simpatia do Limão" conquistaram o prêmio de aquisição do Porta-Curtas.
"Boca do Lixo" terminou a noite com duas premiações técnicas: Melhor Fotografia e Melhor Montagem. "Elvis e Madona" ficou com Melhor Roteiro, enquanto Charly Braun foi eleito por Melhor Direção ("Além da Estrada").
A Mostra Novos Rumos teve uma competição paralela, com outro juri, e o ganhador foi "Paranã-Puca, onde o Mar se Arrebenta". O diretor Jura Capela recebeu a honraria claramente embriagado e foi motivo de uma das piadas de Vladimir Brichta, que apresentou a premiação ao lado de Debora Bloch. Esse foi apenas um dos momentos embaraçosos da noite.
Na ocasião em que anunciava o prêmio pra Vania Debs pela montagem de "Boca do Lixo", o produtor mexicano Jorge Sanchez disse que a editora tinha trabalhado em "VIPs". Depois de confirmar a informação com seus colegas de juri, ele se corrigiu.
Outra passagem que ficará marcada na memória dos presentes no Cine Odeon foi a entrega do maior prêmio da noite: Melhor Longa de Ficção pela escolha do juri. No palco foi chamado o prefeito Eduardo Paes que tentou fazer piada com Debora Bloch.
A atriz respondeu a provocação do político com a cobrança da reabertura do Teatro Glória e foi aplaudida de pé por parte dos espectadores. O prefeito prometeu reabrir o Teatro Ipanema e não mais tentar fazer gracinhas na cerimônia do Festival do Rio no próximo ano.
Um consenso entre os críticos que cobriram a Première Brasil foi a qualidade irritantemente mediana da maioria dos filmes selecionados. Com isso, não havia um franco favorito para a premiação e a expectativa é que os troféus fossem distribuídos para títulos variados. No entanto, o juri elegeu "VIPs", o maior blockbuster entre os competidores, como o grande nome do festival e perdeu a oportunidade de alavancar um filme de menor apelo comercial.