Começa nesta quinta (25), com a exibição, fora de competição, do drama "Última Parada 174", de Bruno Barreto, a 10ª edição do Festival do Rio, que se estende até 9 de outubro. A sessão do filme de Barreto, representante do Brasil na disputa por uma das cinco indicações para o Oscar de filme estrangeiro em 2009, será no Cine Odeon-BR, no centro do Rio, às 20h30, apenas para convidados.

Nestes 15 dias, escolher as atrações entre os mais de 350 filmes, de 60 países, que serão exibidos na programação, será tarefa trabalhosa. Podem ajudar na decisão as credenciais de diretores já consagrados, cujos trabalhos mais recentes estão programados.

Na lista dos imperdíveis de veteranos internacionais, tem-se o caso de "Velha Juventude", de Francis Ford Coppola, "O Casamento de Rachel", de Jonathan Demme, "Les Amours d'Astrée et Céladon", de Éric Rohmer e "Happy Go-Lucky", de Mike Leigh.

Além disso, tem-se também os dramas "Alexandra", do russo Alexander Sokurov (diretor do consagrado "Arca Russa") e "Guerra sem Cortes", de Brian de Palma - ambos já exibidos na Mostra de São Paulo 2007 mas até agora não lançados em circuito comercial.

Atenção especial deve ser reservada a dois dos principais nomes do novo cinema italiano, premiados no último Festival de Cannes: Paolo Sorrentino, diretor de "Il Divo", corrosiva cinebiografia do ex-primeiro ministro Giulio Andreotti, e Matteo Garrone, diretor de "Gomorra", frenético retrato do poder da Camorra, a máfia napolitana, na corrupção de jovens pobres de subúrbio.

Entre os novatos, merece menção a estréia na direção do premiado roteirista Charlie Kauffman ("Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças"), esperado no Rio para a première brasileira de seu "Sinédoque Nova York".

Trata-se de mais uma história engenhosa, como seus trabalhos anteriores, desta vez girando em torno da luta de um diretor teatral (Philip Seymour Hoffman) para montar uma interminável peça.

Índios brasileiros

Diretamente da competição principal do último Festival de Veneza, chega o drama "Terra Vermelha", co-produção Brasil/Itália dirigida pelo ítalo-argentino Marco Bechis (diretor de "Garagem Olimpo").

O tema é a luta de índios brasileiros por terra no Mato Grosso do Sul. No elenco, estão Leonardo Medeiros e Matheus Nachtergaele.

Também da seleção de Veneza vem a sofisticada animação japonesa "Ponyo on the Cliff by the Sea", mais recente trabalho do mestre Hayao Miyazaki (Oscar de animação por "A Viagem de Chihiro" em 2001).

Na seção Première Latina, o time argentino desponta como o mais forte, com títulos como o drama de prisão feminino "Leonera", de Pablo Trapero, ao lado de "El Nido Vacío", de Daniel Burman (diretor de "O Abraço Partido") e "La Mujer sin Cabeza", talvez o mais radical filme de Lucrecia Martel, e que, ao lado de "Leonera", foi um dos concorrentes à Palma de Ouro em Cannes 2008.

Independente de seus méritos artísticos, ainda a serem conferidos, devem atrair grandes filas para aquisição de ingressos a estréia na direção da pop star Madonna, "Sujos e Sábios", e também o novo filme de seu marido, Guy Ritchie, "Rock´n Rolla - A Grande Roubada". Mas é bom saber que o filme de Ritchie tem estréia prevista para logo mais, em outubro.

Na Mostra Mundo Gay, o destaque fica por conta de "Raquela, Uma Cinderela com Algo a Mais", de Olaf de Fleur Johannesson, vencedor do prêmio Teddy Bear do último Festival de Berlim e que aborda a história de uma transexual filipina que sonha sair das ruas.

O filme de encerramento, cuja sessão está programada para quarta (8) - um dia antes da cerimônia de divulgação dos prêmios - é a co-produção internacional Brasil/Inglaterra/Alemanha. "Um Homem Bom". Dirigida pelo brasileiro Vicente Amorim ("Caminho das Nuvens"), o filme tem como protagonista o norte-americano Viggo Mortensen (o Aragorn de "O Senhor dos Anéis"), também uma das presenças esperadas no Rio.

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