Aplausos moderados, que não duraram um minuto, foram a recepção modesta do filme "Última Parada 174", de Bruno Barreto, na noite de ontem (25), abertura do Festival do Rio, no Cine Odeon.
Esta foi, na verdade, a primeira grande sessão pública do filme no Brasil, depois de ter sido lançado em circuito reduzido na cidade de Jundiaí (SP) neste mês - o que era uma exigência para que "Última Parada 174" pudesse concorrer à indicação para representar o Brasil na futura disputa de uma das cinco vagas do Oscar de filme estrangeiro 2009, o que acabou acontecendo.
O filme também foi exibido há semanas no Festival de Toronto, fora de competição. A cópia exibida no Odeon ontem, aliás, era a mesma do festival, com legendas em inglês.
Marcada para começar às 20h30, a cerimônia de abertura do festival começou com atraso de 35 minutos. Logo no início, uma das apresentadoras da noite, a atriz Cássia Kiss, que vestia um elegante terninho de estilo masculino, com gravata preta e tudo, causou sensação ao atravessar o palco do cinema para beijar na boca o outro apresentador, o ator Fábio Assunção. "Não posso perder a oportunidade", disse a atriz, divertindo a platéia.
Atualmente radicado em São Paulo, o diretor Bruno Barreto subiu ao palco às 21h22 para apresentar o filme. Deixando de lado as costumeiras declarações de que mantém com sua cidade natal, o Rio, "uma relação de amor e ódio", Bruno preferiu o tom da declaração de amor. "Não haveria lugar melhor para mostrar este filme, que foi tão difícil de produzir, ainda mais num cinema tão lindo, dos velhos tempos", declarou.
Barreto fez questão de frisar que seu filme foi realizado "não só como resultado de leis de incentivo e dinheiro público, como é a norma no cinema nacional", mas também com dinheiro privado. "Muitos investiram neste trabalho, sem lei, sem nada, verdadeiros capitalistas".Entre eles, enumerou Pedro Conde Filho, Patrick Siaretta e outros produtores que investiram em "Última Parada 174".