Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2008, o drama 'Katyn", do consagrado diretor polonês Andrzej Wajda ("O Homem de Ferro"), traz à tona um pouco escondido segredo da Segunda Guerra Mundial - o massacre de cerca de 22 mil oficiais poloneses por militares soviéticos na floresta de Katyn, em abril de 1940.

A matança se deu pouco depois da invasão simultânea da Polônia por tropas da antiga URSS, sob o governo de Josef Stálin, e também de tropas nazistas, em 1939. Foi descoberto em 1943, com a localização dos corpos. Mas, ao longo dos anos, dentro de uma Polônia sob regime comunista, foi atribuída aos alemães.

Filho de um desses oficiais, o diretor Wajda tinha razões de sobra para tratar dessa história, que ele estrutura com roteiro próprio, colocando como centro o casal Andrzej (Artur Zmiejewski) e Anna (Maja Ostaszewska). Ele, um dos oficiais presos pelos soviéticos, ao lado do amigo, tenente Jerzy (Andrzej Chyra), ambos, com todos os seus colegas, enviados a um campo de concentração.

A cena da execução dos militares poloneses é uma das mais contundentes já vistas em filmes de guerra, ainda mais por ocorrer não num campo de batalha, mas sim numa cela - à qual eles são conduzidos um a um, como bois num matadouro, já sabendo que iam morrer.

Histórias paralelas de familiares dos mortos - como de uma moça obcecada em colocar no túmulo da família uma lápide lembrando a morte de seu irmão em Katyn - evidenciam a intenção do diretor e roteirista em ultrapassar o tema do massacre e homenagear também diversas pessoas anônimas que, cada uma a seu modo, tentaram resistir aos atentados contra a liberdade e à memória cometidos pelo regime comunista polonês, que vigorou até 1989.

"Katyn"será exibido em duas sessões amanhã, domingo (5), no Estação Ipanema 1, às 13h45 e 18h45.

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