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17/01/2011 - 19h52

Com 17 milhões de espectadores ligados, Globo de Ouro 2011 foi positivo, apesar de Ricky Gervais

ANA MARIA BAHIANA
Especial para o UOL, de Los Angeles
  • Ricky Gervais, apresentador do Globo de Ouro 2011, chega à cerimônia (16/01/2011)

    Ricky Gervais, apresentador do Globo de Ouro 2011, chega à cerimônia (16/01/2011)

Para uma festa que começou à sombra de controvérsia, os Globos de Ouro 2011 terminaram muito bem: as escolhas foram boas, as supresas, positivas e o índice de audiência subiu 14% ante o ano passado - quase 17 milhões de espectadores, ante 15 milhões em 2010. É a melhor audiência de um evento ao vivo para a rede NBC – descontados eventos esportivos.

Na verdade,  o único debate  que restou, depois que o derradeiro magnum de champagne foi consumido, foi: será que Ricky Gervais deve continuar apresentando a festa? Mais magro e bronzeado, Gervais disparou flechas mordazes na direção de “cientologistas gay”, Robert Downey Jr., Bruce Willis (“o pai de Asthon Kutchner”), " O Turista", e o presidente da Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood (HFPA), que outorga os Globos.  

  • AP

    A atriz Natalie Portman agradece pelo Globo de Ouro de melhor atriz de drama, conquistado por "Cisne Negro" (16/01/2011)

  • Getty Images

    O ator britânico Colin Firth conquistou um Globo de Ouro por seu trabalho em "O Discurso do Rei" (16/01/2011)


Indústria e famosos estão dividos. Robert Downey Jr., no palco para anunciar o Globo de melhor atriz de comédia ou musical, chamou Gervais de “cruel e vagamente sinistro”. E Tom Hanks completou: “Eu me lembro quando ele era gordinho e simpático. Agora, ele não é nem uma coisa nem outra.” Já Christian Bale adorou: “Ainda bem que temos comediantes como ele, eu queria que ele nunca parasse”. E Al Pacino entendeu: “Ele é um comediante, essa é a assinatura dele”.

Do ponto de vista do público, como demonstram os índices, a “maldade” de Gervais foi perfeita, encarnando a relação de amor e rancor que os “civis”, que não pertencem às elites da indústria, tem com seus ídolos. E mesmo os ofendidos deveriam ouvir a opinião de Ryan Kavanaugh, hoje um dos mais poderosos de Hollywood, à frente da sua Relativity Media, que custeia mais da metade dos grandes projetos: “Ele foi hilário, perfeito. Não podemos nos levar tão a sério. Fazemos diversão, e temos que nos divertir.”

Entre as escolhas, as supresas mais notáveis foram Paul Giamatti batendo o duplamente indicado Johnny Depp para melhor ator de comédia ou musical, o dinamarques "Em Um Lugar Melhor" deixando  "Biutiful" para trás em melhor filme estrangeiro, e "Carlos", de Olivier Assayas, suplantando os favoritos "Temple Grandin", "You Don’t Know Jack" e "The Pacific" como melhor filme ou minissérie. São boas escolhas, todas, demonstrando um nível de gosto superior ao das indicações, e uma seriedade e consistência que deve ter supreendido os eternos detratores dos Globos.

E, confirmando expectativas, favoritos se tornaram super-favoritos. A não ser que os Oscar tomem um rumo muito diferente na última hora, já podemos prever a larga dianteira que Natalie Portman, Colin Firth, Melissa Leo e Christian Bale tem entre os atores, e "A Rede Social" e "Minhas Mães e Meu Pai", entre os filmes.

 

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