BEVERLY HILLS, EUA, 14 Jan 2008 (AFP) - O épico britânico "Desejo e Reparação", que estava indicado a sete Globos de Ouro, levou o prêmio de melhor filme de drama, em uma edição na qual os longas-metragens conquistaram no máximo duas estatuetas e que foi marcada pela greve dos roteiristas, que provocou o cancelamento da festa.
Sem o habitual jantar de gala que reúne as estrelas, os vencedores foram anunciados em uma modesta entrevista coletiva.
O drama de guerra britânico "Desejo e Reparação", baseado no romance do escritor Ian McEwan ("Reparação"), estava indicado em sete categorias, incluindo melhor ator para James McAvoy e melhor atriz para Keira Knightley, mas só venceu em duas: a principal da noite e a de melhor trilha sonora para o italiano Dario Marianelli.
O aclamado "Onde os Fracos Não Têm Vez" teve um desempenho mais efetivo, já que conquistou dois Globos de Ouro dos quatro aos quais estava indicado. O espanhol Javier Bardem como melhor ator coadjuvante e o de roteiro para os diretores do filme, os irmãos Ethan e Joel Coen.
Na entrevista coletiva sem brilho no hotel Hilton de Beverly Hills, os filmes "O Escafandro e a Borboleta" e o musical "Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet" também saíram com um par de Globos de Ouro.
Uma das surpresas da noite foi o prêmio de melhor diretor para o americano Julian Schnabel, por sua adaptação de "O Escafandro e a Borboleta"), em uma categoria na qual os favoritos eram os irmãos Coen e Paul Thomas Anderson por "Sangue Negro".
O filme de Schnabel, produzido com capital americano mas falado em francês, também conquistou o Globo de Ouro de filme em língua estrangeira, superando pesos pesados como o romeno "4 meses, 3 semanas e dois dias" (Palma de Ouro em Cannes), "O Caçador de Pipas", adaptação do livro best-seller de mesmo nome produzido por um estúdio americano mas falado em duas línguas afegãs, "Lust Caution", do taiwanês Ang Lee, e o francês "Persepolis".
Nas categorias de interpretação em filmes de drama, os prêmios ficaram com os britânicos Daniel Day-Lewis ("Sangue Negro") e Julie Christie ("Longe Dela").
O musical sangrento de Tim Burton "Sweeney Todd" levou o prêmio de melhor filme musical ou comédia e valeu o primeiro Globo de Ouro a Johnny Depp, que em sua oitava indicação conquistou a estatueta de melhor ator de musical ou comédia.
A versão feminina do prêmio de Depp foi atribuída à francesa Marion Cotillard, por sua magistralmente interpretação da cantora Edith Piaf em "Piaf - Um Hino ao Amor".
Na categoria de atriz coadjuvante, a australiana Cate Blanchett foi a vencedora pela interpretação de Bob Dylan em "I'm not There".
O melhor filme de animação foi "Ratatouille", da Disney-Pixar, que superou "Bee Movie" e "Os Simpsons - O Filme".
O cantor Eddie Vedder, do grupo Pearl Jam, levou o prêmio de melhor canção por "Guaranteed", do filme "Into the Wild", dirigido por Sean Penn.
A greve dos roteiristas nos Estados Unidos obrigou a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) a transformar o tradicional jantar de gala em uma entrevista coletiva no hotel Hilton de Beverly Hills, onde os jornalistas foram os únicos presentes à premiação, que é celebrada desde 1943.
Sem limusines, tapete vermelho e com apenas alguns rostos conhecidos de programas de entretenimento nos Estados Unidos, a HFPA anunciou os vencedores nas 25 categorias da 65ª edição do Globo de Ouro.
Agora a dúvida é saber se a greve prosseguirá no próximo mês e afetará o Oscar, programado para 24 de fevereiro. O adiamento do Globo de Ouro provocou prejuízos de 80 milhões de dólares à cidade de Los Angeles, segundo os economistas.
Nos prêmios de televisão, a série "Mad Men" foi a vencedora na categoria drama e "Extras" levou a estatueta de melhor série de comédia.
Nas categorias de interpretação os vencedores foram: Jon Hamm ("Mad Men", drama), David Duchovny ("Californication", comédia), Glenn Close ("Damages", drama) e Tina Fey ("30 Rock", comédia)