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11/09/2008 - 14h38

"Mamma Mia!" combina ABBA, Grécia e Meryl Streep

SÃO PAULO (Reuters) - Num certo momento da versão para o cinema do musical do teatro "Mamma Mia!", a personagem de Meryl Streep diz :"não quero falar". E ela vai falar muito pouco mesmo. A frase é apenas o primeiro verso de uma das dezenas de músicas do grupo ABBA, que ela e seus colegas de elenco vão cantar no filme, que estréia em todo o país nessa sexta-feira.



Divulgação
Donna (Meryl Streep) canta com as amigas Rosie Rice (Julie Walters) e Tanya Chesham-Leigh (Christine Baranski)
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Os hits do Abba que desfilam ao longo das quase duas horas de "Mamma Mia!" não se encaixam muito bem na história e tudo parece forçado. Assim, a personagem de Meryl não tem muito dinheiro, mas pode cantar "Money, Money, Money" e sonhar com a vida dos ricos; ou uma mulher mais velha faz um jogo de sedução com um rapaz e canta "Does your mother know?" ("Sua mãe sabe?").


Numa ilha grega paradisíaca, Sophie (Amanda Seyfried), de 20 anos, vai se casar, mas não sabe quem é o seu pai. Depois de ler o diário da mãe, Donna (Meryl), uma ex-hippie, descobre que há três homens que podem ser seu pai e os convida sem contar para ninguém o porquê. Eles são Sam (o ex-007 Pierce Brosnam), um arquiteto; Bill (Stellan Skarsgård, de "Fantasmas de Goya), um aventureiro descolado; e Harry (Colin Firth, de "O Diário de Bridget Jones"), um sujeito certinho e todo reprimido.


Faltam dois dias para o casamento e, para passar o tempo, os personagens andam pela ilha, se encantam com a paisagem e soltam a voz, com as músicas da banda, como "Dancing Queen" (que já foi mais bem aproveitada em "O Casamento de Muriel"), "Super Trooper, "Our Last Summer" e "Voulez-Vous". E todo mundo canta o tempo todo -- inclusive os 'gregos' que só abrem a boca para fazer o coro para os famosos.


Como aconteceu com a segunda versão de cinema de 2005 de "Os Produtores" (a primeira foi lançada no Brasil como "Primavera para Hitler"), "Mamma Mia!" foi feita basicamente pela mesma equipe técnica da Broadway, a roteirista Catherine Johnson, a produtora Judy Craymer e a diretora estreante Phyllida Lloyd, que parece não ter descoberto ainda para que serve uma câmera. "Mamma Mia!" não foi pensado cinematograficamente, e isso fica evidente na tela.


As músicas não se encaixam na ação e os personagens parecem não entender o que estão cantando, mas sorriem e repetem seus versos afinadamente. O problema aqui não é tentar disfarçar a cafonice das músicas com um cenário paradisíaco ou uma grande atriz (que parece estar apenas brincando), o que atrapalha é como nada parece estar no lugar certo, desde os números musicais até as amigas de Donna, vividas por Julie Walters e Christine Baranski.


(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

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