SÃO PAULO - Realidade e ficção confundem-se na cabeça de Bolt, o cãozinho-protagonista da animação "Bolt-Supercão", que estréia em cópias dubladas e legendadas e também em algumas salas 3D.
Na série de televisão que leva seu nome, o animal é um astro desde pequenino. Todas as semanas, ele ajuda sua dona Penny a livrar-se das maldades do vilão, Dr. Calico.
Assim, Bolt acredita ser o mundo. Ele também pensa que, como seu personagem na série, ele foi geneticamente alterado e tem alguns poderes. Na verdade, ele nem sabe que é um personagem de um programa de televisão. Quando cai no mundo real, o cachorro vai descobrir que é tão normal quanto qualquer outro, embora não aceite isso.
Essa divisão entre mundo real e imaginário, na cabeça de Bolt, é a mesma que atingia o personagem de Jim Carey em "O Show de Truman" (1998), ou seja, o cãozinho é incapaz de descobrir que o seu mundo cheio de explosões e perseguições não passa de faz-de-conta. Porém, uma série de incidentes acaba por deixá-lo nas ruas de Nova York, onde ele acredita que seus poderes foram roubados e que sua dona está correndo risco de vida.
Neste mundo real, em sua jornada para salvar sua dona e se descobrir, Bolt terá a companhia de uma gata de rua, chamada Mittens, e um hamster, chamado Rhino, seu maior fã. Caberá à gata mostrar ao protagonista os prazeres simples da vida de cachorro e também as diferenças entre esta realidade e a fantasia do passado de Bolt.
Produzido pela Disney, "Bolt-Supercão" traz alguns pontos em comum com filmes da Pixar, como "Procurando Nemo" e mesmo o recente "Wall-E", em que os protagonistas precisam embarcar numa jornada para se tornarem melhores no fim. Além disso, essa animação tem um cuidado especial com detalhes visuais, que ficam ainda melhores nas salas em 3D.
Se, no final, "Bolt-Supercão" não alcança o mesmo patamar das melhores produções da Pixar, como "Toy Story" e "Carros", mesmo assim é capaz de divertir tanto adultos quanto crianças.
Seu mundo entre fantasia e realidade parece questionar as celebridades instantâneas e a sua megalomania de querer viver da mesma forma tanto na vida real como nas telas.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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