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05/01/2009 - 17h29

Ator de filme sobre a máfia é preso na Itália

Mais um ator da produção italiana Gomorra, que concorre ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro este ano, foi preso pela polícia da Itália sob acusação de pertencer à máfia.

Giovanni Venosa, que faz o papel de um chefe da máfia que condena dois adolescentes rebeldes à morte, foi preso sob acusação de exigir de comerciantes napolitanos o que na Itália se conhece como pizzo, ou seja, dinheiro em troca de proteção da máfia.

Segundo o correspondente da BBC na Itália, Duncan Kennedy, esta é a segunda vez que o ator Giovanni Venosa é preso desde que o filme entrou em cartaz.

Gomorra, baseado no livro homônimo do escritor italiano Roberto Saviano, mostra as operações da máfia napolitana Camorra, que controla vários aspectos da vida na região de Nápoles, desde a coleta de lixo tóxico até a alta costura na região de Campânia.

Até o momento, três membros do elenco, integrado em grande parte por atores não profissionais, foram detidos. Salvatore Fabbricino, que também interpreta um chefe da máfia no filme, foi preso por acusação de ter contatos com traficantes de drogas.

O ator Bernardino Terracciano, que fez o papel de um outro mafioso, foi preso sob acusação de extorsão e de estar associado ao temido clã de mafiosos Casalesi.

Ameaças
Desde a publicação do livro, em 2006, Saviano sofre ameaças de morte e vive sob proteção policial 24 horas por dia. Acredita-se que o clã Casalesi estaria por trás das ameaças contra Saviano.

Além de resultar em um filme indicado ao Globo de Ouro, o livro vendeu 1,2 milhão de cópias na Itália e foi traduzido para 42 línguas. Mas em outubro último, em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o autor afirmou ter se tornado uma "vítima do próprio sucesso". Savianno disse que estava cansado de viver sob proteção armada e que queria deixar a Itália.

Guerra
Em setembro do ano passado, o governo italiano anunciou o envio de 500 soldados para a região da Campânia para ajudar a polícia a combater os grupos criminosos locais.

Na ocasião, o ministro do Interior italiano, Roberto Maroni, disse que a máfia que opera no sul da Itália havia declarado "guerra contra o Estado". Segundo o ministro, a Camorra estaria tentando eliminar qualquer tipo de oposição ao poder que exerce junto à comunidade local.

Em dezembro, Maroni anunciou que em 2008 o governo italiano confiscou da máfia bens avaliados em mais de 4 bilhões de euros (R$ 12,3 bilhões), três vezes o total confiscado em 2007.

O ministro disse também que o Estado prendeu cerca de 2 mil mafiosos no ano passado.

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