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11/01/2009 - 07h00

Depois do Oscar, Globo de Ouro tem mais prestígio em Hollywood

RUBENS EWALD FILHO
Colaboração para o UOL
Depois do Oscar, o prêmio de maior prestígio é o Globo de Ouro, que há mais de 50 anos é dado por um pequeno grupo de jornalistas (não-críticos), não mais do que oitenta, estrangeiros e radicados em Hollywood, que escrevem sobre cinema. Ou seja, não querem, nem pretender ser críticos. Muitos deles têm idade, alguns com mais de 80 anos. [A entrega dos prêmios será transmitida hoje, ao vivo, pelo canal de televisão por assinatura TNT, a partir das 23h, com comentários do crítico de cinema e colaborador do UOL Cinema Rubens Ewald Filho e tradução simultânea de Regina McCarthy.]

AP/Matt Sayles
Vários troféus Globo de Ouro, agora com desenho novo, que serão entregues na festa de hoje


Nesse tempo todo, a Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood cometeu muita besteira fez coisas erradas. Certa vez, deu um prêmio para Pia Zadora, que tinha marido rico e nenhum talento - uma mancha da qual ainda não conseguiu se livrar.

Nos últimos 20 anos, no entanto, ganhou prestígio. As razões são várias. Ainda em dezembro, anuncia os indicados. E também faz a entrega dos prêmios antes, justamente no segundo domingo de janeiro, data em que os sócios da Academia enviam seus votos. Ou seja, não podia ser mais oportuno, já que obviamente atores ou técnicos não têm tempo de ver todos os filmes e votam a olho, por amizade ou usando o Globo como guia.

Outro prêmio importante é o concedido pelo Sindicato dos Atores (Screen Actor's Guild, SAG), até porque a maioria dos sócios da Academia é de atores. A cerimônia será no domingo (25) e, como o Globo de Ouro, será transmitido ao vivo para o Brasil. [Também pelo canal de tevê por assinatura TNT, com comentários de Rubens Ewald Filho e tradução simultânea de Regina McCarthy.]

Nos últimos três anos, todos os vencedores dos Oscar de atores foram indicados pelo Globo de Ouro e SAG. Ou seja, como indicador não falha. No ano passado, o Globo foi cancelado por causa da greve dos roteiristas e teve apenas um anúncio formal, com jornalistas, sem celebridades. Assim mesmo, foi visto por seis milhões de pessoas. Em geral, os índices de audiência registram de18 a 20 milhões de espectadores.

O prêmio tem menos categorias técnicas do que o Oscar e, portanto, é menos lento e comprido. A entrega é feita em um banquete, com convidados do cinema e da tevê. Todos começam a beber duas horas antes de as câmeras serem ligadas, o que faz todo mundo ficar alegrinho, mais à vontade e com menos responsabilidade. Não é tudo levado tão a serio como no Oscar, onde perder é uma tragédia.

O Globo de Ouro divide as categorias de filmes e atores entre drama e comédia ou musical. Portanto, os indicados dobram de quantidade e há a chance de prestigiar gente esquecida pela Academia, como Jim Carrey ou Steve Martin. Isso abre chance para Meryl Streep ser indicada como atriz em comédia por "Mamma Mia!" ou drama por "Dúvida", ambos os filmes com chance.

A zebra é "Slumdog Millionaire", filme de Danny Boyle rodado na Índia, com narrativa brilhante e criativa. O segundo melhor é "Frost/Nixon", sobre a histórica entrevista de Richard Nixon para a televisão, com um Frank Langella notável como o presidente que renunciou.

O Brasil ficou fora com "Ultima Parada: 147", que não foi indicado a melhor filme estrangeiro. Mas esta semana, ele está nos Estados Unidos promovendo o filme e vendo se tem alguma chance.

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