UOL Entretenimento Cinema
 
03/12/2009 - 07h02

"A guerra muda tudo", diz Jim Sheridan sobre "Entre Irmãos"

ANA MARIA BAHIANA
Especial para o UOL, de Los Angeles, EUA
É uma história tão antiga quanto Caim e Abel - o "bom" irmão, orgulho e alegria do pai, e o "mau" irmão, rebelde, boa vida, descuidado. Adicione um fator dramático - aqui, no caso, a guerra no Afeganistão - e o arquétipo milenar se torna subitamente atual e urgente. "A guerra muda tudo", diz o diretor Jim Sheridan. "Não é possível ficar moralmente indiferente numa guerra." Irlandês de nascimento, Sheridan adaptou para um cenário tipicamente americano uma versão dessa história imaginada pela primeira vez na Dinamarca.
  • Divulgação

    Tobey Maguire e Natalie Portman estão no elenco de ''Entre Irmãos"


Lançado originalmente em 2004, "Brothers", escrito e dirigido por Suzanne Bier (que depois dirigiria "Coisas que Perdemos no Caminho") , acompanha dois irmãos exatamente assim: o primogênito casado, pai de duas meninas adoráveis, carreira militar brilhante; o caçula, um eterno adolescente frequentemente do lado errado da lei. O mais velho junta-se às forças de paz da ONU no Afeganistão, cai prisioneiro, é dado como morto. Cabe ao mais moço levar a vida adiante, tentar substituir o irmão na desfalcada dinâmica familiar.

  • Divulgação

    Os atores Jake Gyllenhaal e Mare Winningham em cena de ''Entre Irmãos"

Trabalhando basicamente com o mesmo roteiro - de Bier e Andres Thomas Hensen -, Sheridan deixa as coisas como estavam em "Entre Irmãos", colocando Tobey Maguire como Sam, o mais velho, Natalie Portman como Grace, a mulher dele, e Jake Gyllenhaal como Tommy, o caçula. Pelo, fato de se tratar de uma família americana, o envolvimento no Afeganistão é mais importante, mais decisivo e dramático. Sheridan detém-se por um bom tempo na vida de Sam nos marines, seu amor pelo que faz e a brutal descida aos infernos que sua captura representa. O drama de consciência que ele precisa enfrentar quando, quase literalmente, ressuscita, é o catalisador do drama que, no fim, mudará de vez a ordem familiar. "É uma história familiar e também um drama de guerra", diz Sheridan. "Uma coisa está ligada a outra, e a intensidade que a guerra traz a todas as relações não podia ser disfarçada ou atenuada."

Os três adultos principais - mais Sam Shepard, excelente como o pai dos dois irmãos, ele mesmo um veterano de guerra com seus esqueletos no armário - estão excelentes, mas uma estrela mirim de 9 anos rouba todas as cenas. Como a sensível e atenta filha mais velha, Isabelle, Bailee Madison é um assombro, revelando sem palavras tudo o que percebe e sofre com a tensão na família. Um prodígio.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo

    Hospedagem: UOL Host