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18/01/2010 - 16h42

Em ambiente festivo, Globo de Ouro teve ''guerra de torcidas''

ANA MARIA BAHIANA
Especial para o UOL, de Los Angeles

Uma coisa é certa: ninguém sofreu de tédio com os Globos de Ouro neste ano. Entre a chuva fininha e incessante que arrepiou todos os penteados e ensopou os vestidos, as brincadeiras incorretíssimas do host Rick Gervais e o sumiço de vários francos favoritos, houve emoção de sobra no no Beverly Hilton, onde aconteceu a cerimônia, nos EUA. Até os discursos tiveram um tom diferente: muitos lembraram a crise no Haiti, a necessidade de olhar para o além do próprio umbigo, etc.

  • AP

    Da esquerda para a direita: Sam Worthington, o diretor James Cameron, Zoe Saldana, o produtor Jon Landau, e Sigourney Weaver posam para a foto com o prêmio de ''Avatar'', vencedor como melhor filme dramático (17/01/2010)

Mas, em geral, o ambiente era festivo. A guerra das torcidas, lubrificada pelo generoso fluxo de champanhe, vinho e coquetéis desde as 14h30, dividia o salão em blocos de aplausos como num concurso de calouros. Únicas unanimidades: Jeff Bridges, queridíssimo por todos, coroado por uma ovação espotaneamente de pé quando levou o Globo onde George Clooney era o favorito; e Tobey Maguire, que não ganhou coisa alguma mas que, como me lembrou uma amiga, "tem o maior número de amigos por metro quadrado neste salão." E se estamos na metáfora futebolística podemos continuar dizendo que, este ano, os Globos jogaram para a arquibancada. Filmes de grande apelo popular e enorme bilheteria prevaleceram sobre outros que, julgando pelas escolhas de anos anteriores, eram os favoritos. Assim, Sandra Bullock levou o Globo que parecia ser de Gabourey Sidibbe, e o super popular (e populista) "The Blind Side" bateu o independente "Precious". Robert Downey Jr, legitimamente supreso, ficou com o prêmio que se pensava dividido entre Michael Stuhlbarg e Daniel Day Lewis - e um super-pipoca ultrapassou um trabalho dos Coens e um musical "de luxo". A vitória de "Avatar" faz sentido nesse contexto, mas não foi surpresa. Como escrevi aqui mesmo, antes da festa, a exibição do filme foi um divisor de águas numa competição que, até o momento, estava equilibrada entre "Guerra ao Terror" e "Amor Sem Escalas". Sobretudo a dimensão da visão de James Cameron encontrou eco entre os votantes - algo que o discurso de Martin Scorsese explicou muito bem, ao falar sobre Cecil B. De Mille, patrono do seu prêmio: como De Mille, Cameron fez um filme imenso mas facilmente compreensível por todas as platéias, propondo um novo avanço tecnológico e, ao mesmo tempo, criando elementos pessoais onde cada espectador pode se reconhecer. Na TV, a estreante "Glee" confirmou seu favoritismo, e foi um bom ano para "Dexter", com Michael C. Hall - lutando contra o linfoma Hodgkins, sem perder o pique- e John Lithgow levando merecidos Globos por uma temporada em que ambos duelaram com bravura.

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