Vencedor do troféu Redentor, de melhor longa de ficção, e também do prêmio da Fipresci (Federação Internacional dos Críticos) no Festival do Rio, em setembro, o drama "Os Famosos e os Duendes da Morte", de Esmir Filho, é uma das principais atrações da 33ª Mostra nesta terça. O filme tem duas sessões hoje e uma última na próxima quinta, quando se encerra o evento.
Além de ter recebido também em São Paulo sessões muito concorridas, o longa de estreia do premiado curta-metragista - autor de "Alguma Coisa Assim" (2006), "Saliva" (2007) e o hit no Youtube "Tapa na Pantera" (2006) - poderá ainda fazer um circuito internacional de festivais nos próximos meses. Depois de ter sua première mundial no último Festival de Locarno (Suíça), em agosto, e recebido o prêmio de melhor direção no Festival de Valdivia (Chile), "Os Famosos e os Duendes da Morte" está disputando indicações para Havana, Sundance e Berlim.
"Inscrevemos o filme em vários festivais e estamos esperando as respostas", conta Esmir, em entrevista ao UOL Cinema. O diretor admite que a exibição em outros festivais internacionais poderá acrescentar mais repercussão ao longa, cuja estreia, prevista para novembro, foi adiada pela distribuidora Warner para março de 2010.
Esmir tem sentimentos divididos quanto a este adiamento: "Claro que fico ansioso, afinal, este será o primeiro lançamento comercial de um trabalho meu. Ainda não sei o que é isto. Por outro lado, tenho que respeitar a estratégia de lançamento. Acho que quanto mais o filme for visto, melhor".
Público maior O diretor conta que não viu diferenças na recepção de "Os Famosos e os Duendes da Morte", baseado em livro de Ismael Cannepele (que é também corroteirista, além de atuar), entre o Rio de Janeiro e São Paulo. "O público de festivais é superinteressado em cinema. Os espectadores não só aplaudem, como vêm falar com você. Aqui foi superbem, como no Rio também foi. Na verdade, eu não esperava repercussão tão boa no Rio".
O enredo conta a história do Menino sem Nome (Henrique Larré), que vive numa cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul, que é assombrada por diversos suicídios na ponte de seu rio. O garoto, que é órfão de pai e adora Bob Dylan, adota o pseudônimo de "Mr. Tambourine Man" (canção de Dylan, ouvida no filme) em seus relacionamentos virtuais.
Superprotetor de seus jovens atores - os estreantes gaúchos Henrique Larré e Tuane Eggers, selecionados via internet - durante as filmagens, o diretor fez questão de levá-los às primeiras sessões em São Paulo, na sexta e na segunda. "Queria muito que eles compartilhassem isto. Eles sempre sonharam com São Paulo, com a cidade grande. Achei legal eles terem esta recompensa, porque eles deram muito duro no set". Os dois voltaram hoje para casa, no Rio Grande do Sul e, segundo Esmir, "estão superfelizes".
Se houve uma coisa que mudou em Esmir desde o Rio, porém, foi sua opinião sobre o público ideal do próprio filme. "Eu costumava dizer que ele era mais para jovens, mas levei até bronca de espectadores aqui: 'O filme não é só pra jovem!'. Só posso dizer que estou maravilhado que pessoas mais velhas também estejam se identificando com o meu trabalho. Aí deu para ver que meu filme foi mais longe do que imaginei".
No mais, o diretor revela que está satisfeito com seu trabalho: "É o filme que gostaria de ter visto. É a coisa mais sincera que posso dar".
OS FAMOSOS E OS DUENDES DA MORTE (OS FAMOSOS E OS DUENDES DA MORTE), de Esmir Filho (101'). BRASIL, FRANÇA. Indicado para: 14 ANOS.
FAAP - 03/11/2009 - 15:00 - Sessão: 1239 (Terça)
ESPAÇO UNIBANCO POMPÉIA 2 - 03/11/2009 - 19:40 - Sessão: 1230 (Terça)
BOMBRIL 1 - 05/11/2009 - 10:00 (Quinta)