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31/01/2009 - 15h54

"O curioso caso de Benjamin Button" ganha versão em quadrinhos

ALESSANDRO GIANNINI
Editor de UOL CINEMA
Principal aposta da Warner no Oscar deste ano, "O Curioso Caso de Benjamin Button" reacendeu o interesse do público em F. Scott Fitzgerald (1896-1940). Ele é o autor americano que escreveu o conto no qual Eric Roth se baseou para fazer o roteiro do filme de David Fincher. A Ediouro acaba de lançar a quadrinização do conto original, bem diferente do filme, com adaptação feita por Nunzio DeFilippis e Christina Weir e desenhos de Kevin Cornell.

Ironia das ironias, Fitzgerald escreveu o conto para tentar ganhar dinheiro com a indústria cinematográfica americana. Junto com seu agente, apresentou para David O. Selznick, da Fox, uma sinopse do texto com 1500 palavras. A idéia era convencê-lo a comprar o conto terminado (com cerca de 8 mil palavras) por US$ 2,5 mil e transformá-lo em filme. Não é preciso dizer que foram necessários 86 anos para o plano dar certo.

Todo em tons de sépia e em um formato conservador que mais se assemelha a um livro didático, "O Curioso Caso de Benjamin Button", a graphic novel, revela características do texto que ficaram obscurecidas na adaptação para o cinema. Ao terminá-lo, Fitzgerald teria dito que era "a história mais engraçada já escrita", justamente porque era uma sátira sobre o conservadorismo americano da época. Por exemplo, Ben Button nasce com 70 anos, maduro, e regride com o passar do tempo.

É uma leitura ligeira, que revela mais sobre o filme do que exatamente sobre o conto. Com o passar do tempo, Button atinge o auge, encontra o amor de sua vida, rejuvenesce ainda mais e vê esvair tudo o que constriu durante sua vida ao revés. Especialmente a memória de tudo o que viveu. Nesse sentido, tanto o filme, quanto os quadrinhos e o conto têm muito em comum. Todos falam sobre a ação do tempo em nossas vidas.

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