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15/02/2009 - 07h00

Conheça os atores e atrizes indicados ao Oscar

GAYDEN WREN
Hollywood Watch
A cada ano a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood indica 20 atores para sua maior honra, o Oscar, e todo ano os indicados são uma mistura de nomes familiares e inesperados. Este ano não é exceção. Nomes habituais do Oscar como Sean Penn e Kate Winslet integram a lista deste ano, assim como nomes constantes como Meryl Streep, ao lado de Melissa Leo, que recebe sua primeira indicação, e do candidato póstumo Heath Ledger. E quem é Michael Shannon?

Às vezes um nome familiar aparece, mas até mesmo cinéfilos de carteirinha podem ter perdido o filme em questão: Mickey Rourke trabalha há uma eternidade, mas o que é "O Lutador"? Richard Jenkins parece familiar de uma centena de filmes, mas alguém assistiu "The Visitor"? Aquele é o mesmo Frank Langella que fez um Drácula tão sensual há 30 anos? E Robert Downey Jr. realmente trabalhou em "Trovão Tropical"?

Com a cerimônia do Oscar marcada para a noite de 22 de fevereiro, aqui está uma breve introdução tanto para os famosos quanto para os menos conhecidos, juntamente com recomendações de trabalhos anteriores disponíveis em DVD.

Melhor ator


Richard Jenkins


Quem: Hollywood adora quando um ator veterano ganha a chance de interpretar um papel principal e arrebenta. Richard Jenkins construiu uma carreira sólida interpretando o pai da heroína ou o chefe do herói, mas quando ele teve a chance de brilhar por si só em "The Visitor", seu convite para o Oscar estava assegurado.
Não perca: "Terra Fria" (2005) apresenta Jenkins como um mineiro de carvão cuja filha (Charlize Theron) o deixa consternado ao decidir trabalhar como mineira, apenas para se tornar alvo de assédio sexual. Theron é adorável, mas é difícil tirar os olhos de Jenkins, cujo rosto é um filme todo por si só.
Outras opções: Para muitas pessoas, Jenkins, que tem dezenas de participações em filmes, é mais conhecido como o desprezível Nathaniel Fisher da série "A Sete Palmos" (Six Feet Under, 2001-2005).

Frank Langella


Quem: Um símbolo sexual na época de "Drácula" (1979), o veterano da Broadway passou a papéis de ator de composição nos anos 90 e esteve à beira de tornar sua carreira irrelevante após interpretar Esqueleto em "Mestres do Universo" (1987). "Starting Out in the Evening" (2007) impressionou aqueles que o assistiram, mas foram poucos. O mesmo não aconteceu com "Frost/Nixon", em que sua interpretação do ex-presidente Richard Nixon lhe rendeu elogios entusiasmados e prêmios no teatro londrino, na Broadway e agora no cinema.
Não perca: "Drácula", no qual Langella recria seu triunfo na Broadway com uma sensualidade sedosa muito diferente de qualquer coisa que Bela Lugosi tenha imaginado.
Outras opções: Langella exercita seu formidável talento humorístico no hilariante "Banzé na Rússia" (1970) de Mel Brooks e no charmoso "Dave - Presidente por um Dia" (1993).

Sean Penn


Quem: Considerado por muitos o melhor ator de sua geração, o ex-Jeff Spicoli acrescenta outro trabalho atraente ao seu currículo, com sua interpretação impecável como o supervisor Harvey Milk de San Francisco, um ícone do movimento dos direitos dos gays. Como sempre, ele desaparece no papel tão completamente que é difícil perceber que é Penn.
Não perca: Sua interpretação angustiada como um pai desolado em "Sobre Meninos e Lobos" (2003), que valeu a Penn o Oscar de Melhor Ator, e basta assistir ao filme para saber por quê.
Outras opções: Duas outras interpretações indicadas ao Oscar mostram o quanto ele é versátil: como o assassino inarticulado em "Os Últimos Passos de Um Homem" (1995), e como um guitarrista de jazz obcecado por si mesmo em "Poucas e Boas" (1999), de Woody Allen. Ele é igualmente brilhante nos dois filmes de formas completamente diferentes.

Brad Pitt


Quem: "O Curioso Caso de Benjamin Button" é outro projeto arriscado - longo, com trama bizarra e baseado em um conto do autor nada badalado F. Scott Fitzgerald- para Pitt, que está fazendo carreira desafiando sua imagem de ídolo de matinê. Sai interpretação em reverso de um homem que nasce velho e envelhece de trás para frente o obrigou a atuar sob camadas de maquiagem durante grande parte do filme, o tipo de desafio que a Academia adora ver os atores superarem.
Não perca: Em "O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford" (2007), o retrato anti-heróico de Pitt de um James taciturno, paranóico, soa mais verdadeiro do que o de Tyrone Power no clássico "Jesse James" (1939).
Outras opções: O jovem Pitt nunca foi mais magnético do que em "Nada É Para Sempre" (1992) de Robert Redford, e exibiu uma de suas melhores interpretações como um garoto rico problemático em "Os Doze Macacos" (1995).

Mickey Rourke


Quem: Hollywood adora uma história de alerta, e Mickey Rourke - um ator com enorme talento, mas que o desperdiçou com escolhas ruins de filmes e uma vida de excessos a ponto de, após deslumbrar os críticos nos anos 80, ter passado grande parte dos anos 90 como boxeador profissional - é uma grande história de alerta. Mas Hollywood também gosta de uma história de volta por cima, e com sua interpretação magistral em "O Lutador", Rourke concluiu um retorno improvável ao topo do monte.
Não perca: "Quando os Jovens se Tornam Adultos" (1982), o primeiro dos "filmes de Baltimore" de Barry Levinson, que conta com todo um elenco de novos talentos, nenhum mais promissor do que Rourke.
Outras opções: Rourke incorpora o escritor Charles Bukowski em "Condenados pelo Vício" (1987) e fornece uma humanidade inesperada para "Sin City - A Cidade do Pecado" (2005), um filme baseado em história em quadrinhos.

Melhor atriz


Anne Hathaway


Quem: A doce ingênua de "O Diário da Princesa" (2001) amadureceu em uma jovem atriz equilibrada capaz de interpretar um papel coadjuvante cuidadosamente modulado em um filme de prestígio como "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005), carregar um grande filme de Hollywood como "O Diabo Veste Prada" (2006), ser a protagonista de drama de época como "Amor e Inocência" (2007) ou, como faz em "O Casamento de Rachel", exibir uma atuação semi-improvisada em um filme independente com um forte elenco coadjuvante.
Não perca: Meryl Streep recebeu toda a atenção por interpretar o papel-título de "O Diabo Veste Prada", mas o filme não é a respeito dela. O filme é de Hathaway e ela o conduz com desembaraço.
Outras opções: "O Diário da Princesa" ainda é um bombom encantador combinando a faísca de um filme adolescente com o brilho de princesa da Disney. Hathaway exibe seu lado humorístico, incluindo um jeito para pastelão, em "Uma Garota Encantada" (2004) e "Agente 86" (2008).

Angelina Jolie


Quem: A Academia adora atrizes interpretando mães lutando contra o sistema em prol de seus filhos, e adora histórias baseadas em fatos reais. O impressionante mas verdadeiro "A Troca" de Clint Eastwood dá a Jolie seu melhor papel até o momento, e ela o trata com um realismo pé no chão raramente visto em seus trabalhos.
Não perca: "Gia -Fama e Destruição" (1998) exibe Jolie como a supermodelo Gia Marie Carangi e ela desaparece no papel sem deixar um traço.
Outras opções: A presença física dinâmica de Jolie e seu gosto pela comédia nunca foram melhor exibidos do que em "Sr. e Sra. Smith" (2005). Ela já conquistou um Oscar de Atriz Coadjuvante por seu trabalho como uma paciente de problemas mentais em "Garota, Interrompida" (1999).


Melissa Leo


Quem: Muito poucas pessoas viram "Rio Congelado", mas cada uma delas ficou impressionada com a atuação de Leo como uma mãe solteira envolvida em uma operação de contrabando na fronteira canadense.
Não perca: Leo interpreta a mãe de uma criança seqüestrada em "Lullaby" (2008), um poderoso drama criminal.
Outras opções: Leo apareceu em dezenas de filmes em papéis coadjuvantes, sempre fazendo um bom trabalho. Tanto o drama "21 Gramas" (2003) quanto o "Três Enterros" (2005) de Tommy Lee Jones seriam bons lugares para começar.






Meryl Streep


Quem: Atriz com o maior número de indicações ao Oscar, 15, Streep é considerada por muitos a melhor atriz americana de todos os tempos. Seu calcanhar de Aquiles: ela tradicionalmente fracassa em comédia enquanto demonstra excelência em drama. Neste ano ela cobriu as duas bases, emplacando o sucesso de bilheteria "Mamma Mia! - O Filme" e obtendo outra indicação ao Oscar como uma freira tradicional em "Dúvida".
Não perca: "A Escolha de Sofia" (1982) permanece tão cativante como comédia, tão envolvente como drama e tão angustiante como tragédia quanto há 25 anos.
Outras opções: "As Pontes de Madison" (1995) poderia facilmente ser tão meloso quanto o livro no qual se baseava, mas Streep e o diretor/astro Clint Eastwood lhe deram nova força e profundidade. A mais recente melhor atuação de Streep foi em quatro papéis diferentes, incluindo o de um rabino idoso, em "Angels in America" (2003).

Kate Winslet


Quem: Winslet pode ainda ser mais conhecida como a Rose de "Titanic" (1997), mas como Leonardo DiCaprio - seu co-astro naquele filme e no atual "Foi Apenas um Sonho" - ela provou que é capaz de muito além daquilo. Seu trabalho como uma ré em um julgamento de crimes de guerra dos nazistas em "O Leitor" é apenas mais um entre uma série deslumbrante de atuações fortes e originais.
Não perca: "Pecados Intimos" (2006) apresenta Winslet como uma esposa e mãe suburbana com um resultado excepcional.
Outras opções: "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" (2004) poderia facilmente ser um filme esperto porém cerebral e não envolvente, mas a Clementine de Winslet lhe dá coração. E a atriz brilha como uma intelectual luxuriosa e irresistível em "Íris" (2001).


Os coadjuvantes



Se você gostou de Josh Brolin em "Milk -A Voz da Igualdade", veja sua atuação tragicômica como George W. Bush em "W." (2008) ou seu protagonista atormentado em "Onde os Fracos Não Têm Vez" (2007) dos irmãos Coen.

Se você gostou de Robert Downey Jr. em "Trovão Tropical", não perca seu trabalho incrível em "Chaplin" (1992) ou o divertido, maluco e não convencional "Beijos e Tiros" (2005).

Se você gostou de Philip Seymour Hoffman em "Dúvida", dê uma olhada em sua atuação premiada com o Oscar como Truman Capote em "Capote" (2005), ou como um pregador inepto em "Cold Mountain" (2003).

Se você gostou do falecido Heath Ledger em "Batman - O Cavaleiro das Trevas", experimente sua atuação indicada ao Oscar como um caubói lidando com sua própria sexualidade em "O Segredo de Brokeback Mountain" (2005), ou sua interpretação em um papel inesperado como o filho furioso de um guarda penitenciário (Billy Bob Thornton) em "A Última Ceia" (2001).

Se você gostou de Michael Shannon em "Foi Apenas um Sonho" , veja ele em atuações bem diferentes em "As Torres Gêmeas" (2006) e em "Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto" (2007).


Se você gostou de Amy Adams em "Dúvida", veja seu trabalho como uma garota interiorana grávida e surrealisticamente otimista em "Junebug" (2005) ou como a princesa de desenho da Disney que vem parar no mundo real em "Encantada" (2007).

Se você gostou de Penélope Cruz em "Vicky Cristina Barcelona", não perca "Tudo Sobre Minha Mãe" de Pedro Almodóvar, que demonstra que ela é uma atriz muito mais forte e mais sutil em sua língua natal, ou no desprezado pela crítica "Vanilla Sky" (2001), que talvez seja o melhor trabalho de Cruz em língua inglesa.

Se você gostou de Viola Davis em "Dúvida", seus melhores trabalhos provavelmente foram no teatro, mas ela tem fortes papéis coadjuvantes em "Voltando a Viver" (2002) e "Solaris" (2002), além de um pequeno papel hilariante em "Kate & Leopold" (2001).

Se você gostou de Taraji P. Henson em "O Curioso Caso de Benjamin Button", cheque a atuação que a projetou como a prostituta grávida em "Ritmo de um Sonho" (2005) e sua provocação sarcástica hilariante em "Uma Coisa Nova" (2006)

Se você gostou de Marisa Tomei em "O Lutador", sua atuação cômica vencedora do Oscar como Mona Lisa Vito em "Meu Primo Vinny" (1992) é obrigatória. Ela também está dolorosamente convincente em "Entre Quatro Paredes" (2001).

(Tradução: George El Khouri Andolfato)

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