HOLLYWOOD - Além de recompensar os melhores do cinema, a festa do Oscar é um verdadeiro espetáculo da moda, de militância política, discursos comovidos e premiações e momentos inesperados desde sua primeira entrega, em 1929.

"Sejam breves, pessoais e sinceros. Vocês têm 45 segundos para seu discurso de agradecimento", recomendou o presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Sid Ganis, durante o almoço do início de fevereiro que reuniu os indicados para a 81ª entrega do Oscar.

Memorável e imperdível para milhares de espectadores, ao longo da história dos prêmios Oscar vários fatos imprevisíveis deixaram aflitos os produtores do evento mais assistido do mundo inteiro. Os organizadores da festa calculam tudo, o que será dito e feito a cada minuto no reluzente palco durante as três horas de transmissão e não gostam muito de improvisos.

Sempre houve alguém que quebrou o protocolo e vários fizeram de seus agradecimentos discursos políticos, como em 2003, quando o cineasta Michael Moore, vencedor do Oscar de Melhor Documentário, teve que deixar o palco sob estridentes vaias quando disse: "Que vergonha, senhor Bush!", três dias depois da invasão do Iraque.

Em 1973, uma mulher chamada Sacheen Littlefeather e usando típicos trajes indígenas subiu ao palco em nome de Marlon Brando para rejeitar o Oscar de Melhor Ator por seu papel em "O Poderoso Chefão", denunciando a forma como os filmes de Hollywood retratavam os indígenas norte-americanos.

Quatro anos depois, Vanessa Redgrave provocou ódios e paixões quando agradeceu à Academia por premiá-la por sua atuação em "Julia", apesar "das ameaças de um pequeno grupo de sionistas assassinos."

"Prometo que continuarei lutando contra o antissemitismo, a opressão e o fascismo". A atriz havia defendido a causa palestina semanas antes da cerimônia.

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Em 1999, quando Elia Kazan foi homenageado com a premiação de honra, dezenas de estrelas se negaram a aplaudi-lo ou a se levantar das poltronas como sinal de protesto contra esta personalidade que delatou companheiros comunistas durante a "caça às bruxas" promovida pelo senador Joseph McCarthy nos anos 50.

Também em 1999, o italiano Roberto Benigni passou por cima das poltronas e dos convidados quando seu nome foi anunciado como vencedor pela atuação em "A Vida é Bela".

Em 2001, a Academia chegou a anunciar que premiaria com um televisor o discurso mais curto, mas Julia Roberts nem quis saber disso quando foi premiada por "Erin Brockovich".

"Que se dane! Eu já tenho televisão e como não sei se voltarei a estar aqui em cima tão cedo, vou levar o tempo que precisar para agradecer", afirmou, emocionada.

Naquele mesmo ano, a cantora Björk foi indicada para o Oscar de melhor canção original por "Dançando no Escuro", e foi à festa com um vestido em forma de cisne, o que chamou muita atenção.

Um ano depois, Halle Berry entrou para a história do prêmio por ser a primeira negra a receber um Oscar na categoria atriz protagonista. Durante o discurso de agradecimento de mais de dois minutos e meio - cinco vezes mais que o tempo autorizado -, Berry saudou inclusive seu advogado.

Doze meses mais tarde, entregou o Oscar de melhor ator a um comovido Adrien Brody, cuja primeira reação foi beijá-la apaixonadamente.

Talvez por isso, em 2007, a mestre de cerimônia Ellen DeGeneres, tenha pedido aos indicados que fossem sucintos, honestos e criativos em seus agradecimentos. "Bom, tudo bem, não fiquem estressados porque talvez vocês nem ganhem", disse, por fim.

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