Paris - O romance "O último voo do flamingo", do escritor moçambicano Mia Couto, vai ser adaptado para o cinema pela Fado Filmes. As filmagens começam em 18 de março em Marracuene, Moçambique, disse à Agência Lusa o diretor da produtora portuguesa, Luís Galvão Teles.
A direção será feita pelo moçambicano João Ribeiro, que com a obra estreia no longa-metragem.
"Temos um cineasta, que é o João Ribeiro, que é extremamente forte, e ao mesmo tempo com bastante experiência de produção. A adaptação foi feita por Gonçalo Galvão Teles", disse Teles.
Ele também destaca que "a linguagem de Mia Couto é muito particular, muito poética, muito rica, e, portanto, há esse lado, que não é transponível para o cinema".
"Mas a efabulação do livro está muito próxima de toda a narrativa das personagens", frisou.
A escolha dos atores está sendo feita em Portugal, Brasil, Moçambique e Angola, e o filme deverá estar concluído antes do final do ano.
"O filme é um policial, que acaba como uma grande reflexão sobre Moçambique e o destino de Moçambique. Se eu conseguir estrear antes do natal de 2009 será perfeito", disse.
As filmagens devem durar sete semanas e a equipe técnica será mista, com a perspectiva de utilização máxima de colaboradores moçambicanos, "dentro do espírito de contribuir para o desenvolvimento do cinema em Moçambique".
"O último voo do flamingo" tem uma base muito aberta de produção, pois vai ser co-produzido por Espanha, Brasil, Moçambique, Itália e França.
Para a realização do projeto, a produtora Fado Filmes contou, entre outros, com os apoios do ICA (Instituto do Cinema e do Audiovisual), RTP (Rádio Televisão Portuguesa), VídeoFilmes (do cineasta brasileiro Walter Salles) e AMOCINE (Associação Moçambicana de Cineastas).
Com "O último voo do flamingo", a Fado Filmes produz seu segunda longa-metragem feito m Moçambique por um cineasta moçambicano, desde que o país se tornou independente. O primeira longa, "O jardim do outro homem", teve a assinatura de Sol de Carvalho.