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21/02/2009 - 16h48

Robô passa à frente de cão e urso na briga pelo Oscar de animação

Este ano, o Oscar de Melhor Filme de Animação volta a ser disputado por três concorrentes, mas "Wall-E", considerado por alguns críticos a melhor produção cinematográfica do ano, tem tudo para derrotar os outros indicados: "Kung Fu Panda" e "Bolt - O Supercão".

No meio do caminho entre "E.T. - O Extraterrestre" (Steven Spielberg) e "Curto-circuito" (John Badham), dois grandes sucessos dos anos 80, a fábula de "Wall-E" consegue comover crianças e adultos com sua mensagem.

O filme, dirigido por Andrew Stanton, tem seis indicações ao Oscar, entre elas as de Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora e Melhor Longa de Animação.

Além disso, concorrendo nesta última categoria, faturou o Globo de Ouro, o Bafta - a maior premiação do cinema britânico - e o prêmio da associação nacional de críticos americanos (National Board of Review).

Nesse aclamado longa, Wall-E é o último dos robôs deixado na Terra pela humanidade para desentulhar e limpar o planeta. Sua vida se resume a compactar o lixo e a colecionar objetos curiosos que encontra durante o trabalho, até que um dia uma nave aparece com Eva, um moderno robô por quem o herói logo se apaixona.

O encontro das duas máquinas leva ambos a uma aventura espacial que mistura romantismo, ternura e crítica social.

Com 103 minutos de duração, o filme demorou quatro anos para ficar pronto. Os encarregados de rodá-lo foram os estúdios Pixar, criadores de outras pérolas da animação como "Toy Story" (1995), "Procurando Nemo" (2003) e "Ratatouille" (2007).

No entanto, "Wall-E" não está sozinho em sua jornada até o Oscar. Um de seus adversários é "Kunk Fu Panda", grande sucesso de bilheteria do ano passado e cuja sequência já está em andamento.

O filme, que conta a história de um urso transformado em mestre das artes marciais, tem como trunfo o fato de ser dublado por um time de estrelas de Hollywood, como Dustin Hoffman, Angelina Jolie, Jackie Chan, Lucy Liu e Jack Black, este último o encarregado de dar voz ao personagem principal.

Dirigido por Mark Osborne e John Stevenson, o longa arrecadou nada menos que US$ 60 milhões em seu primeiro fim de semana de exibição nos Estados Unidos, ficando à frente de "O Agente Bom de Corte", do comediante Adam Sandler.

Apesar de ser uma animação leve, que narra a transformação de um urso gordinho num herói destinado a cumprir uma profecia e a salvar seu condado de uma catástrofe, "Kung Fu Panda" não esteve livre de polêmicas.

Em sua estreia na China, o filme foi criticado pelo artista conceitual Zhao Bandi, que pediu aos espectadores chineses que boicotassem a produção pelo fato de ela apresentar uma versão excessivamente americanizada de um símbolo do país.

Bandi também acusou a produtora do longa, a DreamWorks, de "explorar o tesouro nacional chinês e suas lendárias artes marciais", e lembrou que Steven Spielberg, um dos fundadores do estúdio, não participou da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim em protesto contra a atuação da China na tragédia humanitária do Sudão.

Tanta mobilização parece ter sido em vão, uma vez que a segunda parte do filme, em 3-D, já tem nome ("Pandemonium"), diretor (Jennifer Yuh) e dois de seus principais dubladores (Jack Black e Angelina Jolie) confirmados.

Já o terceiro dos indicados ao Oscar de Melhor Animação, "Bolt - O Supercão", arrecadou pouco mais de US$ 200 milhões no mundo todo e foi produzido por John Lasseter, criador de "Toy Story" (1995) e "Carros" (2006).

A produção, que custou cerca de US$ 150 milhões, conta a história de um pastor alemão branco que, sem saber, é a grande estrela de um programa de TV. Dublado por John Travolta, esse astro que acredita ter superpoderes vive um dia-a-dia de aventuras, até que uma série de eventos o fazem crer que sua suposta dona, Penny (Miley Cyrus), foi sequestrada.

É aí que Bolt, acostumado a atos de heroísmo fictícios, embarca numa cruzada para salvar sua companheira. O resultado é uma animação cheia de ironia e diversão, potencializada por dois impagáveis personagens secundários: Mittens, uma gata de rua, e Rhino, um hamster obcecado por TV.

Um dos maiores apelos de "O Supercão" é a participação feita por Cyrus, ídolo de milhões de crianças e adolescentes americanos graças a Hannah Montana, a personagem que interpreta numa série de mesmo nome.

Também cantora, a jovem concorreu ao Globo de Ouro de melhor canção com "I Thought I Lost You", música-tema de "Bolt", que no filme é cantada em dueto com John Travolta.

Lançado em 3-D, esse longa da Disney marcou a estréia na direção de Chris Williams e Byron Howard, respectivamente roteirista e animador de "Mulan" (1998), outra famosa produção do mesmo estúdio.

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