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21/02/2009 - 16h39

Situações opostas dominam o Oscar de melhores atuações masculinas

Danielle Brant

As duas categorias nas quais os jurados premiam as grandes atuações masculinas no Oscar - Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante - vivem situações bem diferentes, já que, enquanto na primeira a disputa ainda não tem vencedor certo, na última a estatueta praticamente já tem dono e será muito difícil haver surpresas.

Como melhor ator, o mais bem cotado na competição é o nova-iorquino Mickey Rourke, por sua interpretação do boxeador Randy "The Ram" Robinson, no filme "O Lutador". O papel já rendeu ao astro, até agora, o Globo de Ouro, o Bafta, o Critics Choice Awards e o Screen Actors Guild Awards.

Para a professora de cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marcela Amaral, o ator levaria a estatueta na 81ª edição do Oscar porque "a Academia (de Artes e Ciências Cinematográficas) adora dramas pessoais, e Rourke é um dos casos de bons atores que se perderam no caminho para ressurgir triunfalmente em um papel marcante".

No entanto, ela acredita que a disputa está polarizada entre o nova-iorquino e o californiano Sean Penn, de "Milk - A Voz da Igualdade" (Gus Van Sant).

O astro já conquistou alguns prêmios relevantes por sua atuação como Harvey Milk, o primeiro político declaradamente homossexual a ser eleito na Califórnia, e é, na opinião da especialista, o único que pode tirar a estatueta das mãos de Rourke.

Por sua vez, Marcelo Hessel, um dos especialistas que escrevem para o site "Omelete", acredita que Frank Langella e sua interpretação do ex-presidente americano Richard Nixon em "Frost/Nixon" são fortes o suficiente para que o ator seja levado em conta na hora da premiação.

Correm por fora Richard Jenkins, indicado por seu papel em "O Visitante", e Brad Pitt, por sua atuação em "O Curioso Caso de Benjamin Button".

Tanto Hessel quanto a professora da UFF atribuem as poucas chances do companheiro de Angelina Jolie à dificuldade na hora de distinguir a interpretação do ator dos recursos técnicos e digitais usados para mostrar as transformações sofridas por Button na fábula do homem que nasce velho e vai rejuvenescendo com o tempo.

E se a situação é indefinida nessa categoria, na disputa por Melhor Ator Coadjuvante o australiano Heath Ledger, morto em janeiro de 2008, é unanimidade, após o astro já ter arrematado, por exemplo, o Globo de Ouro e o Bafta.

No entanto, até que ponto a estatueta será concedida ao australiano pelos méritos de sua atuação como Coringa, em "Batman - O Cavaleiro das Trevas", ou apenas como homenagem póstuma é motivo de divergência entre os especialistas.

Para o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, a estatueta "sem dúvida" será conquistada por Ledger, tanto por sua interpretação quanto pelo tributo da Academia a um ator que demonstrou ter potencial para se tornar um grande astro caso sua vida não tivesse sido interrompida por uma overdose acidental de medicamentos.

Já para Hessel, independente de ser uma homenagem póstuma, a interpretação do Coringa "seria suficiente para que Ledger ganhasse o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante".

Por sua vez, Marcela destaca que o australiano fez um bom trabalho com o personagem, mas, para ela, o ator Michael Shannon, que concorre pelo papel no filme "Foi Apenas Um Sonho", mereceria muito mais o prêmio do que Ledger.

"O Coringa é um personagem que não tem paralelo no mundo real", explica. "Compor um papel com as nuances de um indivíduo comum, como faz Shannon, é muito mais trabalhoso e realista", acrescenta a especialista.

Para ela, o Oscar para o australiano seria, em grande parte, uma homenagem póstuma. "Mas a atuação de Ledger está muito boa", reconhece.

A especialista também ressalta a indicação de Robert Downey Jr. por "Trovão Tropical", uma comédia, gênero geralmente ignorado pela Academia, enquanto, para Hessel, se o astro conquistasse a estatueta seria uma "ironia".

Completam a lista de indicados a Melhor Ator Coadjuvante o californiano Josh Brolin, por seu papel do assassino do político Harvey Milk, e Philip Seymour Hoffman, por "Dúvida", no qual interpreta um padre acusado de abusar sexualmente de um aluno negro.

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