A Canção da Vitória (1942)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 5

Musical clássico da Warner com excelente produção e elenco. James Cagney (1899-1986) é lendário hoje pelos seus papéis de gangster e durão, mas começou sua carreira em espetáculos de vaudeville, cantando e dançando.

Isso explica o grande empenho e sinceridade que imprime ao papel, que foi inicialmente oferecido a Fred Astaire e pelo qual Cagney recebeu seu único Oscar. Aliás, é curioso como Cagney tinha um estilo muito peculiar de sapateado, diferente do convencional. E sempre muita energia.

O compositor Cohan, pouco lembrado hoje, mas muito popular na época (é dele a estátua que tem em pleno Times Square da Broadway), é autor de canções como "Give My Regards to Broadway", "Mary" e o hino patriótico americano "Over There".

Esta é uma biografia bastante romanceada dele, modificando fatos, escondendo que ele foi casado duas vezes (cria um personagem da esposa diferente das reais), e ressaltando o aspecto patriótico e de elevação do moral popular de seus musicais (já que foi em plena guerra e começa com o herói velho, visitando o presidente americano Franklyn Roosevelt).

Mas acaba funcionando mais como uma crônica da vida difícil dos artistas de vaudeville e da importância e impacto que esse tipo de espetáculo tinha na vida americana do começo do século.

O pai de Cohan é feito por Walter Huston (1884-1950), também advindo do vaudeville, e a irmã dele por Jeanne Cagney (1919-84), irmã de Cagney na vida real e que teve uma modesta carreira no cinema. Rosemary DeCamp (1910-2001), que faz a mãe de Cohan, era na verdade onze anos mais jovem que Cagney. Excelente edição restaurada em DVD duplo.