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Ficha completa do filme

Suspense

A Chave Mestra (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
A Chave Mestra

Quem visitava New Orleans (a fita estreou no Brasil poucos dias antes do furacão Katrina, que destruiria toda a região) ficava impressionado com a comercialização do mito dos zombies e do vudu. Em muitas esquinas, sempre tinha uma lojinha vendendo pós, quinquilharias, amuletos, para tudo e qualquer coisa. Ou seja, o que seria uma religião, quase um candomblé local, acabou virando armadilha para turista.

esmo assim, a região misteriosa ainda parece um lugar ideal para se fazer uma variação numa história de "Casa Mal Assombrada", com velhas mansões sulistas, dialetos franceses, negros misteriosos e aquelas belas árvores, antigas, cheias de galhos sinistros. É lá que acontece este terror um pouco diferente da média, ao menos geograficamente.

Na verdade, ele não é ruim de assistir. É bem realizado por um inglês Ian Softley de fitas de arte ("K-Pax") com um roteiro que tenta explicar o comportamento da heroína, Caroline (a sempre adorável Kate Hudson, cada vez mais parecida com a mãe Goldie Hawn). Como ela sente-se culpada por não ter cuidado do pai que morreu cedo, agora se dedica a ser uma espécie de enfermeira para velhos.

Quando um deles morre, aceita um emprego num lugar no meio dos pântanos, numa mansão decadente onde vive um velho que sofreu um derrame (John Hurt, num papel ingrato) que é cuidado por uma mulher forte (a grande Gena Rowlands, viúva de John Cassavetes mas que parece que andou aplicando botox em lugares errados). E também por um jovem advogado testamenteiro (Peter) que parece se engraçar com a moça.

Como toda história de fantasma, a casa tem segredos e um sótão onde eles começam a ser revelados. Mas a narrativa é construída aos poucos e basicamente, se a primeira vista a solução parece curiosa, pensando bem, ela acaba sendo racista, já que os culpados são vítimas e estariam procurando vingança dos que lhe fizeram mal. Não seriam espíritos ruins (isso não fica muito claro, se estariam prejudicando as crianças).

Enfim, parte da trama é muito fácil de adivinhar, já que são poucos os personagens e certamente ocorrerão ciladas e surpresas. Outra racista. E sabe que apesar de tudo o filme não é ruim? Até que prende a atenção, ajudado pela boa ambientação e o elenco competente (continuo a achar Gena com botox e tudo, uma excelente atriz).

Mas parece que o roteirista no meio se perdeu um pouco e perdeu a moral e proposta da história. Ou foi o estúdio que forçou a mão, como acontece com tanta freqüência.

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