Drama

A Comédia do Poder (2006)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

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O título nacional dá uma idéia errada do filme, não se trata de uma comédia. É um titulo irônico, mas o filme é melhor explicado no original, "A Embriaguez do Poder". Fez boa carreira no nosso circuito de arte este reencontro do veterano diretor da nouvelle bague com sua atriz preferida, Isabelle Huppert. Até porque sua história de corrupção tem muito a ver com o Brasil atual, embora os sistemas judiciários sejam muito diferentes. O filme vai mais longe, não apenas denuncia a corrupção em todos os níveis (ela, por isso, sempre de alguma forma sairá vencedora) como também critica a protagonista que fica obcecada em fazer justiça a qualquer preço, com a ambição de ficar famosa e ser reconhecida. Mesmo pagando um preço alto: destruir sua vida particular.

Huppert é insuperável fazendo esses personagens frios, mas essa frieza também atinge o filme, que acaba sendo cerebral, sem paixão. E sem humor. Embora baseado em caso real (o chamado "caso Elf"), um letreiro no começo afirma se tratar de semelhança fortuita. Além do diretor, três outros Chabrols trabalharam no filme, sua mulher e "script girl" Aurore e seus dois filhos - o ator Thomas e o compositor Matthieu.